sábado, 16 de abril de 2011

Justiça da Reencarnação



Justiça da Reencarnação
Em que se funda o dogma da reencarnação ?
“Na justiça de Deus e na revelação, pois
incessantemente repetimos: o bom pai deixa
sempre aberta a seus filhos uma
porta para o arrependimento.
Não te diz a razão que seria injusto privar para
sempre da felicidade eterna todos aqueles de quem
não dependeu o melhorarem-se? Não são filhos de
Deus todos os homens? Só entre os egoístas se
encontram a iniqüidade, o ódio
implacável e os castigos sem remissão”.
Todos os espíritos tendem para a perfeição e
Deus lhes faculta os meios de alcançá-la,
proporcionando-lhes as provações da vida corporal.
Sua justiça, porém, lhes concede realizar,
em novas existências, o que não puderam
fazer ou concluir numa primeira prova.
Não obraria Deus com equidade, nem de acordo
com a sua bondade, se condenasse para sempre
os que talvez hajam encontrado, oriundos do
próprio meio onde foram colocados e alheios à
vontade que os animava, obstáculos ao seu
melhoramento. Se a sorte do homem se fixasse
irrevogavelmente depois da morte, não seria uma
única a balança em que Deus pesa as ações de
todas as criaturas e não haveria imparcialidade
no tratamento que a todas dispensa.
A doutrina da reencarnação, isto é, a que consiste
em admitir para o Espírito muitas existências sucessivas, é a única que corresponde à idéia que formamos da justiça de Deus para com os homens que se acham em condição moral inferior; a única que pode explicar o futuro e afirmar as nossas esperanças,
pois que nos oferece os meios de resgatarmos
os nossos erros por novas provações. A razão no-la
indica e os Espíritos a ensinam.
O homem, q
ue tem consciência da sua inferioridade,
haure consoladora esperança na doutrina da
reencarnação. Se crê na justiça de Deus, não pode
contar que venha a achar-se, para sempre, em pé de
igualdade com os que mais fizeram do que ele.
Sustém-no, porém, e lhe reanima a coragem a idéia
de que aquela inferioridade não o deserda eternamente do supremo bem e que, mediante novos esforços, dado lhe será conquistá-lo. Quem é que, ao cabo da sua carreira, não deplora haver tão tarde ganho uma experiência de que já não mais pode tirar proveito? Entretanto, essa experiência tardia não fica perdida; o Espírito a utilizará em nova existência.


Allan Kardec

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