viernes, 21 de diciembre de 2012


Encontro de Natal

Recolhes as melodias do Natal, guardando o pensamento engrinaldado pela ternura de harmoniosa canção.
Percebes que o céu te chama a partilhar os júbilos da exaltação do Senhor nas sombras do mundo.
Entretanto, misturada ao regozijo que te acalenta a esperança, carregas a névoa sutil de recôndita angústia, como se trouxesses no peito um canteiro de rosas orvalhado de lágrimas!...
É que retratas no espelho da própria emoção o infortúnio de tantos outros companheiros que foram inutilmente convidados para a consagração da alegria. Levantaste no lar a árvore da ventura doméstica, de cujos galhos pendem os frutos do carinho perfeito, entretanto, não longe, cambaleiam seguidores de Jesus, suspirando por leve proteção que os resguarde contra o frio da noite; banqueteias-te, sob guirlandas festivas, mas, a poucos passos da própria casa, mães e crianças desprotegidas, aguardando o socorro de Cristo, enlanguecem de fadiga, e necessidade; repetes hinos comovedores, tocados pela serena beleza que dimana dos astros, entretanto, nas vizinhança, cooperadores humildes do Mestre, choram cansados de penúria e aflição; abraças os entes queridos, desfrutando excesso de conforto, contudo, à pequena distância, esmorecem amigos de Jesus, implorando que Ihes dê a benção de uma prece e o consolo de uma palavra afetuosa, nas grades dos manicômios ou no leito dos hospitais...
Sim, quando refletes na glória da Manjedoura, sentes, em verdade, a presença do Cristo no coração!
Louva as doações divinas que te felicitam a existência, mas não te esqueças de que o Natal é o Céu que se reparte com a Terra, através do eterno amor que se derramou das estrelas.
Agradece o dom inefável da paz que volta, de novo, enriquecendo-te a vida, mas divide a própria felicidade, realizando, em nome do Senhor, a alegria de alguém!...
Pelo Espírito Meimei
XAVIER, Francisco Cândido. O Espírito da Verdade. Espíritos Diversos. FEB.

lunes, 22 de octubre de 2012


Por que primeiro a humildade
 
 

Jesus Cristo nunca se cansou de combater o orgulho e de enaltecer a humildade, virtude da qual Ele, o Mestre, deu vários exemplos, consoante evangelhos.

A humildade, um dos valores essenciais da Alma, estimula-nos a examinar as fraquezas enquanto o orgulho, ou sentimento de amor-próprio exagerado, o grande estorvo da elevação espiritual do homem e a razão de suas desventuras, evita observá-las. “Pobreza de espírito”, ou “humildade de espírito”, ou “humildade de coração”, quer dizer: modéstia, simplicidade, pureza, daí, Jesus ter priorizado esse dispositivo.

O Evangelho segundo Mateus corrobora nossa afirmativa: “Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que deles é o reino dos céus”... (Mateus, 5:3.) Não foi à toa que o Mestre falou assim logo de início no sermão do monte. Os Espíritos têm frequentemente se assentado, em suas mensagens escritas ou faladas, via mediúnica, nesse primeiro item das promessas de Cristo. Essa redundância está na razão direta da primazia de se ser humilde antes de tudo, mas de coração; não se pode, pois, ser realmente caridoso sem “pobreza”, ou “humildade”, de espírito.

O sentimento exagerado de alguns chega ao absurdo de pensar que Deus discrimina o pobre do rico. Para o nosso Pai Eterno, somos todos iguais: não há diferença entre o sangue que corre nas veias de uma rainha e o que corre nas veias de uma simples dona de casa; o organismo físico dos Sumos Pontífices não difere do organismo de ninguém!

E por falar em vigários, uma vez, um  deles que costumava desmerecer o Espiritismo, os fenômenos espíritas e até criticar Chico Xavier, sempre que oportuno, ao tentar dar uma opinião, durante um programa de grande audiência de uma emissora de TV, falou deste jeito: “Bem, de acordo com a humildade que me caracteriza...” Não preciso dizer que isso motivou ditos chistosos, gracejos, comentários. É tolice a pessoa considerar-se superior por pertencer à alta hierarquia social, achar-se melhor que outras só porque é branca ou negra, ou de outra cor; só porque nasceu nesse ou naquele país, é adepta ou representa essa ou aquela religião, uma seita. Ora, se hoje possuímos alta posição, se pertencemos a essa ou àquela nacionalidade, se a nossa pele é dessa ou daquela cor, se cremos assim ou assado, amanhã poderemos ser completamente diferentes de acordo com as medidas impositivas da Lei de Causa e Efeito.

As leis divinas encerram muita sabedoria, Deus nada faz de inútil, daí as reencarnações regeneradoras. Ele, em Sua absoluta sapiência e equidade, planejou o reencontro das mesmas pessoas para que estas adquirissem nova chance de reparos e não alegassem depois, com a troca das anteriores condições, ignorância de tais e tais fatos.

A humildade e caridade, segundo o Espírito Lacordaire, é uma virtude muito desprezada entre os homens. Em sua opinião, apresentar-se com uma, e sem a outra, é o mesmo que vestir belo traje de talhe perfeito para ocultar uma deformidade física. Disse: “Sem humildade, apenas vos adornais de virtudes que não possuís”. *
Pois é. O significado dessa palavra varia. Existem homens e mulheres que, à primeira vista, nos encantam pela simplicidade: a aparência, a profissão, o cargo que ocupam, enfim, a posição social, econômica. Nas mais das vezes, porém, nada têm a ver com humildes de coração. Outros parecem a doçura em pessoa, humildes no falar; no entanto, se contrariados, mal podem esconder a extremada arrogância, a prepotência. A humildade não possui duas caras, é afável, fraterna.

Também podemos incluir como contrastes da verdadeira humildade outros exemplos. Refiro-me a pobres ou miseráveis que mendigam pelas ruas e a alguns ignorantes do saber, mas que são orgulhosos. Todavia, há homens de grandes posses e pessoas que ocupam cargos importantes, alguns dos quais sábios mesmos; a modéstia e o altruísmo que lhes caracterizam envergonhariam a ignorância assoberbada em andrajos ou em vestes limpas, requintadas, se esta os enxergasse pelo altruísmo que praticam sem vanglória, pela simplicidade.

Sócrates, filósofo grego, há quinhentos anos antes de Cristo, declarou não saber absolutamente de tudo. Ele, o modelo dos sábios, disse: “Sei que nada sei
. Jesus, símbolo da humildade e bondade, sequer insinuou ser Deus: nunca exigiu mesuras de pretensos sacerdotes Seus em altares floridos, recamados de ouro, ou nos palcos espetaculosos dos megacultos televisivos, tampouco alimentou a vaidade de Se considerar chefe de uma religião ou do que quer que seja. No pretório, questionado por Pilatos  “és rei? , respondeu-lhe tranquilamente sem nenhuma insolência: “tu dizes que sou... (João, 19:37.)

Portanto, gente, humildade, força moral por excelência, nivela todos os homens como irmãos e os estimula à prática mútua do bem; orgulho, ao contrário, uma fraqueza: dispersa, odeia, revida e faz o homem sucumbir ante a menor das contrariedades, sentindo-se permanentemente infeliz. Ser humilde é ser corajoso durante os reveses da vida, é perseverar no combate às próprias más tendências, é, portanto, vencer os obstáculos naturais, mas sem revolta, sem violência, perdoando a quem nos ofenda, trabalhando, servindo abnegada e incessantemente — isso é ser humilde conforme Jesus. 

* Jean-Baptiste-Henri Lacordaire (1802/1861) foi um sacerdote e católico dominicano, membro da Academia Francesa. Veja mensagem sua, ditada em 1863, em Constantina, Argélia, inserida em O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VII, item 11, O orgulho e a humildade.
fonte: revista o consolador.

miércoles, 29 de agosto de 2012


SALVE O APÓSTOLO DO CRISTO!!!


BEZERRA DE MENEZES.

O Doutor Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti nasceu no dia 29 de agosto de 1831, em Riacho do Sangue, no Ceará.

Mesmo sem condições econômicas, o jovem Bezerra de Menezes aventurou-se na co

nquista do sonho de tornar-se médico, saindo de sua terra natal rumo ao sul do país. Em 1851, o mesmo ano da morte de seu pai, mudou-se para o Rio de Janeiro, ingressando no ano seguinte, como praticante interno no Hospital da Santa Casa de Misericórdia. Nas horas vagas, dava aulas de Filosofia e Matemática para manter seus estudos.

Em 1861, iniciou carreira política, sendo eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro, tendo que demitir-se do Corpo de Saúde do Exército, do qual fazia parte como cirurgião-tenente. Na Câmara Municipal da Corte desenvolveu grande trabalho na defesa dos humildes e necessitados, sendo reeleito para o período de 1864 a 1868.

Retornou à política no período de 1873 a 1881, ocupando várias vezes as funções de presidente interino da Câmara Municipal da Corte, efetivando-se em julho de 1878, cargo que corresponderia ao de prefeito nos dias atuais. Nunca obteve favores do governo para as suas candidaturas e era adorado pelas camadas mais pobres da população.

Durante a campanha abolicionista, com espírito prudente e ponderado, escreveu “A escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para extinguí-la sem danos para a Nação” e expôs os problemas de sua terra, no estudo “Breves considerações sobre as secas do Norte”.

Converteu-se ao Espiritismo em 1886, passando então a escrever livros que se tornariam célebres no meio espírita. Devido a seu espírito extremamente pacífico e conciliador tornou-se presidente da Federação Espírita Brasileira.

Seu espírito de desprendimento não o permitiu acumular bens materiais, e foi em meio a grandes dificuldades financeiras que um acidente vascular cerebral o matou, em 11 de abril de 1900. Seu nome é reconhecido ainda hoje, e evoca a lembrança de um passado rico, não em ouro, mas em lições de caridade e devoção à fé abraçada.





 MUITA PAZ A TODOS!

lunes, 6 de agosto de 2012

VIDA NO ALÉM

O ser humano, como dissemos, pertence desde esta vida a dois mundos. Pelo seu corpo físico, está ligado ao mundo visível; pelo seu corpo fluídico, ao invisível. O sono é a separação temporária desses dois envoltórios; a morte é a separação definitiva. Nos dois casos, a alma se separa do corpo físico e, com ela, a vida se concentra no corpo fluídico. A vida de além-túmulo é simplesmente a permanência e a liberação da parte invisível de nosso ser.
A ciência, por seu lado, estudou e conheceu até aqui no homem terrestre apenas a superfície, a parte física. Acontece que essa é, para o ser integral, quase o que a casca é para a árvore. Quanto ao homem fluídico, etéreo, de que nosso cérebro físico não pode ter consciência, ela o tem ignorado até os nossos dias.
Daí sua impotência para resolver o problema da sobrevivência, uma vez que é apenas o ser fluídico que sobrevive. 
Os espíritos inferiores conservam por muito tempo as impressões da vida material. Acreditam ainda viver fisicamente e continuam a sentir, às vezes durante anos, o engano de suas ocupações habituais. Para os materialistas, o fenômeno da morte permanece incompreensível. Por falta de conhecimentos prévios, confundem o corpo fluídico com o corpo físico. As ilusões da vida terrestre ainda persistem neles. Pelos seus gostos e até
mesmo pelas suas necessidades imaginárias, estão como que amarrados à Terra. Depois, lentamente, com a ajuda de espíritos benfazejos, sua consciência desperta, sua inteligência se abre à compreensão desse novo estado de vida. Mas, desde que procuram se elevar, sua densidade os faz recair na Terra. As atrações planetárias e as correntes fluídicas do espaço os reconduzem violentamente para nossas regiões, como folhas
secas varridas pela tempestade.
Os crentes ortodoxos vagueiam na incerteza e procuram a realização das promessas do sacerdote e do pastor, o gozo das beatitudes prometidas. Às vezes, sua surpresa é grande, e um longo aprendizado é necessário para se iniciarem nas verdadeiras leis do espaço. Em vez de anjos ou demônios, encontram os espíritos dos homens que, como eles, viveram na Terra e os precederam. Sua decepção é grande ao verem suas esperanças
malogradas, suas convicções transformadas por fatos que de nenhum modo, na educação recebida, os havia preparado. Mas se durante a vida foram bons e submissos ao dever – tendo os
atos sobre o destino ainda mais influência do que as crenças – essas almas não poderão ser infelizes.
Para os descrentes e todos aqueles que com eles se recusaram a admitir a possibilidade de uma vida independente do corpo, julgam-se mergulhados em um sonho, cuja duração irá se prolongar até que seu erro seja desfeito. 
Suas impressões são bastante variadas, assim como os valores das almas. 

Aqueles que, durante a vida terrestre, conheceram a verdade e a serviram, recolhem, logo que desencarnam,
o benefício de suas investigações e de seus trabalhos. A comunicação a seguir, entre muitas outras, dá testemunho disso. Provém de um espírita militante, homem de coração e convicção esclarecida: Charles Fritz, fundador do jornal La Vie d’Outre-Tombe (A Vida do Além-Túmulo), em Charleroi. Todos aqueles que conheceram esse homem reto e generoso irão reconhecê-lo pela sua linguagem. Ele descreve as impressões sentidas depois
de sua morte e acrescenta:
“Senti que os laços se desfaziam pouco a pouco e que minha personalidade espiritual, meu ‘eu’, ia se desligando. Vi ao meu redor bons espíritos que esperavam por mim; foi com eles, enfim, que me elevei da superfície terrestre.
“Não sofri com essa desencarnação a morte do corpo físico; meus primeiros passos foram os da criança que começa a andar. “A luz espiritual, cheia de força e de vida, nascia em mim; a luz não vem dos outros, e sim de nós. É um raio que sai do envoltório fluídico e que nos penetra por inteiro. “Quanto mais tiverdes trabalhado na verdade, no amor e na caridade, mais essa luz será maior, até se tornar deslumbrante para aqueles que vos são inferiores.
“Pois bem! Meus primeiros passos foram inseguros; entretanto, pouco a pouco a força foi-me vindo e pedi a Deus sua assistência e sua misericórdia. Após ter constatado o completo desprendimento de minha individualidade, enfrentei, afinal, o trabalho que tinha de fazer. Vi o passado de minha última vida e me esforcei para que ela viesse com clareza das profundezas da memória.
“O passado se encontra no fluido do homem e, conseqüentemente, do espírito. Seu perispírito é como uma miragem de todas as suas ações e sua alma: se foi má a sua vida, contempla com tristeza suas faltas, inscritas, ao que parece, nas dobras do corpo perispiritual.
“Não tive dificuldade alguma em reconhecer minha vida tal qual ela fora. Evidentemente, constatei que não havia sido infalível, pois quem se pode vangloriar de o ter sido na Terra? Mas devo dizer-vos que, após essa constatação, senti-me bastante satisfeito e feliz com meu trabalho na Terra.
“Lutei, trabalhei e sofri pela causa do Espiritismo. Essa luz, dei-a, juntamente com a esperança, a muitos irmãos da Terra, por meio da palavra, dos meus estudos e meus trabalhos; por isso, volto a encontrar essa luz.
“Sou feliz por ter trabalhado em reerguer a fé, o coração e a coragem das pessoas. Recomendo a todos esta fé inabalável fundada no Espiritismo.
Possuo luz o bastante para caminhar com segurança vendo o que está diante de mim, o meu futuro, e já ajudo espíritos infelizes.”


LÉON DENIS. LIVRO: O PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DA DO
R.

viernes, 20 de julio de 2012


     Espíritas! 
        No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: "Irmãos! nada perece. Jesus-Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade." 


O que é ser espírita — Webinar Transcript

  • 1. SER ESPÍRITA.
  • 2. Ser espírita não é ser nenhum religioso; é ser cristão. Não é ostentar uma crença; é vivenciar a fé sincera. Não é ter uma religião especial;  é deter uma grave responsabilidade. Não é superar o próximo; é superar a si mesmo. Não é construir templos de pedra; é transformar o coração em templo eterno.
  • 3. Ser espírita não é apenas aceitar a reencarnação; é compreendê-la como manifestação da Justiça Divina e caminho natural para a perfeição. Não é só comunicar-se com os Espíritos, porque todos indistintamente se comunicam, mesmo sem o saber; é comunicar-se com os bons Espíritos para se melhorar e ajudar os outros a se melhorarem também.
  • 4. Ser espírita não é apenas consumir as obras espíritas para obter conhecimento e cultura; é transformar os livros, suas mensagens, em lições vivas para a própria mudança. Ser sem vivenciar é o mesmo que dizer sem fazer.
  • 5. Ser espírita não é internar-se no Centro Espírita, fugindo do mundo para não ser tentado; é conviver com todas as situações lá fora, sem alterar-se como espírita, como cristão. O espírita consciente é espírita no templo, em casa, na rua, no trânsito, na fila, ao telefone, sozinho ou no meio da multidão, na alegria e na dor, na saúde e na doença.
  • 6. Ser espírita não é ser diferente; é ser exatamente igual a todos, porque todos são iguais perante Deus. Não é mostrar-se que é bom; é provar a si próprio que se esforça para ser bom, porque ser bom deve ser um estado normal do homem consciente. Anormal é não ser bom.
  • 7. Ser espírita não é curar ninguém; é contribuir para que alguém trabalhe a sua própria cura. Não é tornar o doente um dependente dos supostos poderes dos outros; é ensinar-lhe a confiar nos poderes de Deus e nos seus próprios poderes que estão na sua vontade sincera e perseverante.
  • 8. Ser espírita não é consolar-se em receber; é confortar-se em dar, porque pelas leis naturais da vida, "é mais bem aventurado dar do que receber". Não é esperar que Deus desça até onde nós estamos; é subir ao encontro de Deus, elevando-se moralmente e esforçando-se para melhorar sempre.
  • 9. Isto é ser espírita.
  • 10. Com as bênçãos de Jesus, nosso Mestre.
  • 11.   Do Livro "Aprendendo a lidar com as crises" – Wanderley Pereira.

sábado, 30 de junio de 2012


TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS NA VISÃO ESPÍRITA !


Nas práticas médicas de todas as especialidades,o transplante de órgãos é aque demonstra com maior clareza a estreita relação entre a morte e a nova vida, o renascimento das cinzas como Fênix: o mitológico pássaro símbolo da renovação do tempo e da vida após a morte.
A temática “doação de órgãos e transplantes” é bastante coetâneo no cenário terreno. Sobre o assunto as informações instrutivas dos Benfeitores Espirituais não são abundantes. O projeto genoma, as investigações sobre células-tronco embrionárias e outras sinalizam o alcance da ciência humana. Os transplantes , em épocas recuadas repletas de casos de rejeição, tornaram-se práticas hodiernas de recomposição orgânica. O esmero "in-vivo" de experiências visando regeneração de células e a perspectiva de melhoria de vida caminham adiante , em que pese às pesquisas ensaiarem, ainda, as iniciantes marchas. Isso torna auspiciosa a expectativa da ciência contemporânea. Contudo, o receio do desconhecido paira no imaginário de muitos.
Alguns espíritas recusam-se a autorizar, em vida, a doação de seus próprios órgãos após o desencarne, alegando que Chico Xavier não era favorável aos  transplantes. Isso não é verdade! Mister esclarecer que Chico Xavier quando  afirmou “a minha mediunidade, a minha vida, dediquei à minha família, aos meus amigos,ao povo. A minha morte é minha. Eu tenho este direito. Ninguém pode mexer em meu corpo; ele deve ir para a mãe Terra”fê-lo porque quando ainda encarnado Chico recebeu várias propostas [inoportunas] para que seu cérebro fosse estudado após sua desencarnação. Daí o compreensível receio de que seu corpo fosse profanado nesse sentido.
Não podemos esquecer que se hoje somos potenciais doadores,  amanhã, poderemos ser ou nossos familiares e amigos potenciais receptores. "Para a maioria das pessoas, a questão da doação é tão remota e distante quanto à morte. Mas para quem está esperando um órgão para transplante, ela significa a única possibilidade de vida!  Joanna de Angelis sabendo dessa importância ressalta “(...) Verdadeira bênção, o transplante de órgãos concede oportunidade de prosseguimento da existência física, na condição de moratória, através da qual o Espírito continua o périplo orgânico. Afinal, a vida no corpo é meio para a plenitude — que é a  vida em si mesma, estuante e real”
Em entrevista à TV Tupi em agosto de 1964, Francisco Cândido Xavier comenta que o transplante de órgãos, na opinião dos Espíritos sábios é um problema da ciência muito legítimo, muito natural e deve ser levado adiante.Os Espíritos, segundo Chico Xavier - não acreditam que o transplante de órgãos seja contrário às leis naturais, pois é muito natural que, ao nos desvencilharmos do corpo físico, venhamos a doar os órgãos prestantes a companheiros necessitados deles, que possam utilizá-los com proveito.
A doação de órgãos para transplantes é perfeitamente legítima. . Divaldo Franco certifica: se a misericórdia divina nos confere uma organização física sadia, é justo e válido, depois de nos havermos utilizado desse patrimônio, oferecê-lo, graças as conquistas valiosas da ciência e da tecnologia, aos que vieram em carência a fim de continuarem a jornada.
Não há, também, reflexos traumatizantes ou inibidores no corpo espiritual, em contrapartida à mutilação do corpo físico. O doador de olhos não retornará cego ao Além. Se assim fosseque seria daqueles que têm o corpo consumido pelo fogo ou desintegrado numa explosão?
            Quando se pode precisar que uma pessoa esteja realmente morta? conforme a American Society of Neuroradiology morte encefálica  é o estado irreversível de cessação de todo o encéfalo e funções neurais, resultante de edema e maciça destruição dos tecidos encefálicos apesar da atividade cardiopulmonar poder ser mantida por avançados sistemas de suporte vital e mecanismo e ventilação.
A grande celeuma do assunto é a morte encefálica, na vigência da qual órgãos ou partes do corpo humano são removidos para utilização imediata em enfermos deles necessitados. Estar em morte encefálica é estar em uma condição de parada definitiva e irreversível do encéfalo, incompatível com a vida e da qual ninguém jamais se recupera.  Havendo morte cerebral, verificada por exames convencionais e também apoiada em recursos de moderna tecnologia, apenas aparelhos podem manter a vida vegetativa, por vezes por tempo indeterminado. É nesse estado que se verifica a possibilidade do doador de órgãos "morrer" e só então seus órgãos podem ser aproveitados — já que órgãos sem irrigação sangüínea não servem para transplantes. Seria a eutanásia? Evidentemente que caracterizar o fato como tal carece de argumentação científica (...) para condenarem o transplante de órgãos: a eutanásia de modo algum se encaixaria nesses casos de morte encefálica comprovada.
A medicina, no mundo todo, tem como certeza que a morte encefálica, que inclui a morte do tronco cerebral só terá constatação através de dois exames neurológicos, com intervalo de seis horas, e um complementar. Assim, quando for constatada cessação irreversível da função neural, esse paciente estará morto, para a unanimidade da literatura médica.
            Questão que também amiudemente é levantada é a rejeição do organismo após a cirurgia. Chico Xavier nos vem ao auxílio, explicando: André Luiz considera a rejeição como um problema claramente compreensível, pois o órgão do corpo espiritual está presente no receptor. O órgão perispiritual provoca os elementos da defensiva do corpo, que os recursos imunológicos em futuro próximo, naturalmente, vão suster ou coibir. Especialistas, a partir 1967, desenvolveram várias drogas imunossupressoras (ciclosporina, azatiaprina e corticóides), para reduzir a possibilidade de rejeição, passando então os receptores de órgãos a terem uma maior sobrevida.Estatisticamente, o que há é que a taxa de prolongamento de vida dos transplantes é extremamente elevada. Isso graças não só às técnicas médicas, sempre se aperfeiçoando, mas também pelos esquemas imunossupressores que se desenvolveram e se ampliaram consideravelmente, existindo atualmente esquemas que levam a zero por cento (0%) a rejeição celular aguda na fase inicial do transplante, que é quando ocorrem.
André Luiz explica que  quando a célula é retirada da sua estrutura formadora, no corpo humano, indo laboratorialmente para outro ambiente energético, ela perde o comando mental que a orientava e passa, dessa forma, a individualizar-se; ao ser implantada em outro organismo [por transplante, por exemplo], tenderá a adaptar-se ao novo comando [espiritual]que a revitalizará e a seguir coordenará sua trajetória. Condição essa corroborada  por Joanna de Angelis quando expõe: (...) transferido o órgão para outro corpo, automaticamente o perispírito do encarnado passa a influenciá-lo, moldando-o às suas necessidades, o que exigirá do paciente beneficiado a urgente transformação moral para melhor, a fim de que o seu mapa de provações seja também modificado pela sua renovação interior, gerando novas causas desencadeadoras para a felicidade que busca e talvez ainda não mereça.
            Os Espíritos afirmaram a Karedc que o desligamento do corpo físico é um processo altamente especializado e que pode demorar minutos, horas, dias, meses.  Embora com a morte física não haja mais qualquer vitalidade no corpo, ainda assim há casos em que o Espíritocuja vida foi toda material, sensual, fica jungido aos despojos, pela afinidade dada por ele à matéria  Todavia,  recordemos de situação que ocorre todos os dias nas grandes cidades: a prática da necrópsia, exigida por força da Lei, nos casos de morte violenta ou sem causa determinada: abre-se o cadáver, da região esternal até o baixo ventre, expondo-se-lhe as vísceras tóracoabdominais.Não se pode perder de vista a questão do mérito individual. Estaria o destino dos Espíritos desencarnados à mercê da decisão dos homens em retirar-lhes os órgãos para transplante, em cremar-lhes o corpo ou em retalhar-lhes as vísceras por ocasião da necrópsia?! O bom senso e a razão gritam que isso não é possível, porquanto seria admitir a justiça do acaso e o acaso não existe!
Em síntese a doação de órgãos para transplantes não afetará o espírito do doador, exceto se acreditarmos ser injusta a Lei de Deus e estarmos no Orbe  à deriva da Sua Vontade. Lembremos  que nos Estatutos do Pai não há espaço para a injustiça e o transplante de órgãos (façanha da ciência humana) é valiosa oportunidade dentre tantas outras colocadas à nossa disposição para o exercício do amor.

Mais uma vez espero ter colaborado com os irmãos para mais um esclarecimeto referente ao assunto hoje abordado; lembrando que analisando as mais variadas opiniões , podemos afirmar que o transplante de orgãos é legitimo e portando Divino dentro da visão do espiritismo.

Dôem orgãos e salvem uma vida... quem sabe amanhã não será a sua vez de ser salvo !

                                                                             ABRAÇOS    FRATERNOS
fonte:blog-vozes do além-postado por JOSIMAR FRACASSI

sábado, 16 de junio de 2012


Existência de Deus
Livro: Inspiração
Emmanuel & Francisco Cândido Xavier
    Povoa-se o Universo por verdadeira multidão de galáxias.
    Cada galáxia permanece constituída por milhares de constelações.
    Cada constelação, quase sempre, é um ninho de sóis.
    Cada sol congrega diversos mundos.
    Cada mundo, amadurecido para a inteligência e para a razão, guarda consigo a bênção da Humanidade.
    Cada Humanidade se compõe de várias raças.
    Cada raça engloba muitos povos e milhões de almas que evoluem, nos degraus que lhes correspondem.
    Lembremo-nos, pois, de que no concerto admirável da Criação, somente será possível regenerar e burilar a nós mesmos para que a vida imperecível em nós se retrate vitoriosa, mas não nos esqueçamos de que, apesar da grandeza cósmica, nosso desequilíbrio no mal pode comprometer todo o sistema em que as Leis Divinas se expressam, através do trono sublime da natureza, qual acontece ao micróbio letal que, não obstante imperceptível ao olho nu, pode carrear a enfermidade ou a morte para o corpo físico mais notavelmente bem posto.
    Consagremo-nos à estruturação do Bem no campo de nós mesmos, de conformidade com os princípios inelutáveis de harmonia e justiça que nos regem a ascensão, sem o doentio propósito de reajustar os outros, antes da recuperação espiritual de nós próprios, de vez que todo o deslize nosso, à frente do Senhor, repercute nas faixas totais da Vida Una, compelindo-nos à posição de angústia e sofrimento, a única suscetível de retificar em nosso espírito e em nossa existência a ruptura do equilíbrio divino do amor que operamos desavisados, diante da Eterna Lei. muita paz!!!

viernes, 25 de mayo de 2012

ORAÇÃO PAI NOSSO



A oração Pai Nosso foi ensinada por Jesus aos discípulos. Por recomendação dos espíritos benfeitores ela está encabeçando a coletânea de preces espíritas que constam no capítulo XXVIII de O Evangelho Segundo o Espiritismo, por ser o mais perfeito modelo de concisão, verdadeira obra-prima de sublimidade na simplicidade.

É também conhecida como Oração do Senhor ou Oração Dominical, porque os discípulos chamavam o Cristo de Senhor, que em latim é "dominus". Analisemos, pois, essa bela e completa oração (esta é uma adaptação livre da oração, divulgada entre os espíritas e de autoria desconhecida):

Pai Nosso, que estás em toda a harmonia do Universo, santificado seja o teu nome.

Pai porque Ele é o Criador de todas as criaturas. É a inteligência suprema, a causa primária de todas as coisas. E, desde que nos coloquemos em sintonia com Ele, podemos sentir Sua presença em qualquer hora e lugar. Cego, portanto; é aquele que te não reconhece nas tuas obras, orgulhoso aquele que não te glorifica e ingrato aquele que te não rende graças.

Venha a nós o teu reino, seja feita a tua vontade, na Terra, no Espaço, e em todos os mundos habitados.

O Reino de Deus, ou seja, Suas leis de amor, eternas e imutáveis, estão escritas na consciência de cada ser. E, de acordo com a evolução espiritual, individual e coletiva, vai sendo cumprido nos diferentes mundos do Universo.

O Pão do Corpo e da alma dá-nos hoje, Senhor.

Rogamos pelo alimento material, pela preservação da vida física, e também pelo alimento do espírito, que é esclarecimento e consolo. Na medida do nosso esforço, necessidade e merecimento, temos a certeza de sermos atendidos. Pedi e obtereis; buscai e achareis.

Perdoa as nossas faltas e imperfeições, dá-nos o sublime sentimento do perdão para com aqueles que nos tem ofendido.

Perdão deve ser entendido como a maneira de nos reabilitarmos dos erros cometidos. E o recebemos na medida que proporcionamos aos nossos irmãos as oportunidades que pleiteamos à Justiça Divina.

Não nos deixe sucumbir às tentações da matéria, às ciladas dos espíritos mais imperfeitos que nós, mas envia-nos, Senhor, os bons para nos esclarecer.

Solicitamos força, determinação e coragem para resistir às sugestões dos espíritos ainda na ignorância, que se aproveitam de nossas más inclinações e vícios para nos influenciar. Rogamos, também, pela presença dos bons espíritos e do nosso espírito protetor, a fim de que nos inspirem no caminho do bem.

Que um raio de tua luz se derrame sobre toda a humanidade sofredora. Em nome de Deus, Cristo e a Caridade.

Suplicamos a Deus pelos que sofrem, a fim de que possam trilhar o caminho do amor e da caridade, exemplificados pelo Cristo. Somente pela prática da máxima "Amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo" é que compreendemos e caminhamos rumo ao Pai.
Essa oração é uma síntese dos deveres para com Deus, consigo mesmo e com o próximo; é também um ato de adoração e submissão, quando pedimos o necessário à vida, em uma conversa com o Criador.
FONTE:FORUM ESPÍRITA 

miércoles, 9 de mayo de 2012


Bezerra de Menezes


Eva Patrícia Baptista (graduanda do curso médico)


Estudo sobre o grande médico e espírita, denominado o “Kardec brasileiro”, apresentado em palestra no NEU-UERJ/Faculdade de Ciências Médicas em outubro de 1999.Escolhemos para falar hoje não só por ele ter sido médico e espírita, mas principalmente pela sua vida na Terra ter sido um modelo. Adolfo Bezerra de Menezes foi conhecido em seu tempo com o Médico dos Pobres. Isto porque ele fazia mais do que ouvir o paciente e prescrever um receituário com remédios homeopáticos (ele foi um médico homeopata). Ele sofria também com o sofrimento de seus pacientes. Era todo amor e bondade, alimentava sempre o desejo de ser útil e procurava a todo instante arrancar de seu interior os maus instintos naturais e substituí-los pelas virtudes cristãs.Uma vez escreveu sobre a maneira de proceder do verdadeiro médico, dizendo: O médico verdadeiro não tem o direito de acabar a refeição, de escolher a hora, de inquirir se é longe ou perto. O que não atende por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar-se fatigado, ou pôr ser alta noite, mau o caminho ou o tempo, ficar longe, ou no morro; o que sobretudo pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem chora à porta que procure outro - esse não é médico, é negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos da formatura (...).1,2E realmente, Bezerra foi capaz de demonstrar na sua vida que realmente praticava seus ideais de amor cristão para com seus semelhantes. Conta-se que numa tarde, depois de haver vivido um dia cheio na sua tarefa crista, em que consolou e esclareceu, medicou e apaziguou infinidades de irmãos, chegou ao Lar sentindo-se cansado e preocupado, tanto mais que sua filha Evangelina, apelidada de Nhanhan, achava-se febril, abatida, desassossegada.Descansa, depois de haver tomado seu banho e jantado, quando, à sua porta chega uma senhora aflita e lhe pede, entre soluços, em nome de Jesus, para ir ver sua filhinha que se achava febril, abatida, desassossegada. Bezerra se comove com as lágrimas maternais. Pensa na sua filha também doente, a quem dera assistência e de cuja enfermidade não encontrava a causa. Sente-se também cansado e com as pernas inchadas.Mas a irmã a sua frente era um estátua viva de dor e aflição e o chamava em nome de Jesus! Não podia desatendê-la. E diz para sua querida esposa, que o observava atenta e também aflita, procurando adivinhar sua solução e pedindo-lhe, pelo olhar, que não fosse:- Minha filha ficará sob os cuidados de Jesus. E, em Seu nome, vou cuidar de outra filha. Até já.E segue com a mãe aflitiva. Sobe e desce morros. Depois de caminhada exaustiva, chega. Realiza sua tarefa, medicando a doentinha, dando-lhe passes, receitando-lhe alguns medicamentos e colocando-lhe à mesa algum dinheiro. E sai, deixando a doente melhor e a mãe consolada e agradecida, a dizer-lhe: Vá com Deus, Dr. Bezerra! Que Deus lhe pague o bem que me fez! Que possa encontrar sua filha melhor!Chega ao lar tarde da noite. Encontra tudo aquietado. E, receoso, pensando haver a filha piorado e até desencarnado, entra às pressas. E encontra a esposa dormindo numa cama, e, noutra, sua Filha também dormindo e sem febre...Ali mesmo, em silêncio, ajoelha a alma e agradece ao Divino Mestre por lhe haver sentido o testemunho e medicado a filha, aquela que, mais tarde, em plena primavera de seus 18 anos, seria chamada à espiritualidade para ser, de mais alto, seu anjo e seu estímulo.1Podemos ver que Bezerra de Menezes era mais do que um simples médico chegando-se mesmo a pensar se as curas que operava se deviam aos remédios homeopáticos que ministrava ou eram resultado dos fluidos energéticos de amor que emanavam a todo instante de sua alma. Ele receitava pelos lábios e pela pena. Pelos lábios: conselhos, vestidos de emoção e ternura, acordando nos consulente o Cristão que dormia; pela pena, homeopatia, água fluídica e passes. E finalizava pedindo que cada um tivesse às mãos, no lar, o Grande Livro, o Evangelho Segundo o Espiritismo, que o lesse com alma, com sinceridade e confiança no seu Autor, Jesus Cristo! E como os resultados eram promissores, cada doente deixava seu consultório satisfeito, melhorado pois que havia deixado lá dentro o seu peso, a sua tristeza, algo que o oprimia.1Escreveu-nos uma vez Joaquim Murtinho também médico homeopata e operador de muitas curas maravilhosas: os ensinamentos da fé constituem receituário permanente para a cura positiva as antigas enfermidades que acompanham a alma, século trás século (...) Se o homem compreendesse que a saúde do corpo é reflexo da harmonia espiritual, e se pudesse abranger a complexidade dos fenômenos íntimos que o aguardam além da morte, certo que se consagraria à vida simples, com trabalho ativo e a fraternidade legítima por normas de verdadeira felicidade2De uma feita, um pai de família pede-lhe, chorando, um óbolo, uma ajuda em dinheiro para enterrar o corpo de sua esposa, que desencarnara, deixando-lhe os filhos menores doentes e famintos. Bezerra procura algo nos bolsos e nada encontra. Comove-se e, por intuição, desapegado das coisas materiais, tira do dedo o anel simbólico de Médico e o entrega ao irmão necessitado, dizendo-lhe, com carinho e humildade:Venda-o e, com o dinheiro, enterre o corpo de sua mulher e compre o que precisa.1Certa feita, acabada a sessão espírita, descera Bezerra de Menezes ainda emocionado, as escadas da Federação Espírita Brasileira, quando localizou um irmão, de seus 45 anos, cabelos em desalinho, com a roupa suja e amarrotada.Os dois se olharam, Bezerra compreendeu logo que ali estava um caso todo particular para ele resolver. Oh! Bendito os que têm olhos no coração! E Bezerra os tinha e os tem. E levou o desconhecido para um canto e lhe ouviu, com atenção, o desabafo, o pedido:- Dr. Bezerra, estou sem emprego, com a mulher e dois filhos doentes e famintos... E eu mesmo, como vê, estou sem alimento e febril!Bezerra, apiedado, verificou se ainda tinha algum dinheiro. Nada encontrou nos bolsos. Apenas a passagem do bonde... Tornou-se mais apiedado e apreensivo. Levantou os olhos já molhados de pranto para o alto e, numa prece muda, pediu inspiração a Maria Santíssima, seu anjo tutelar e solucionador de seus problemas. Depois, virando-se para o Irmão:- Meu filhos, você tem fé em Nossa Senhora, a Mãe do Divino Mestre, a nossa Mãe Querida?- Tenho e muita Dr. Bezerra!- Pois, então, em Seu Santíssimo Nome, receba este abraço.E abarcou o desesperado Irmão, envolvente e demoradamente. E, despedindo-se, disse:- Vá, meu filho, na Paz de Jesus e sob a proteção do Anjo da Humanidade. E, em seu lar, faca o mesmo com todos os seus familiares, abraçando-os, afagando-os. E confie Nela, no amor da Rainha do Céu, que seu caso há de ser resolvido.Bezerra partira. A caminho do lar, meditava: teria comprido seu dever, será que possibilitara ajuda ao irmão em prova, faminto e doente? E arrependia-se por não lhe haver dado senão um abraço. Não possuía nenhum dinheiro. O próprio anel de grau já não estava nos seus dedos. Tudo havia dado. Não tendo dinheiro, dera algo de si mesmo, vibrações, bom ânimo, moeda da alma, ao irmão sofredor e não tinha certeza de que isso lhe bastara... E, neste estado de espírito, preocupado pela sorte de um seu semelhante, chegou ao lar.Uma semana passara-se. Bezerra não se recordava mais do sucedido. Muitos eram os problemas alheiros. Após a sessão de outra terça-feira, descia as escadas da FEB. Alguém no mesmo lugar da escada, trazendo na fisionomia toda a emoção do agradecimento, toca-lhe o braço e lhe diz:- Venho agradecer-lhe, Dr. Bezerra, o abraço milagroso que me deu na semana passada, neste local e nesta mesma hora. Daqui saí logo sentindo-me melhor. Em casa, cumpri seu pedido e abracei minha mulher e meus filhos. Na linguagem do coração, oramos todos à Mãe do Céu. Na água que bebemos e demos aos familiares, parece, continha alimento. Pois dormimos todos bem. No dia seguinte, estávamos sem febre e como que alimentados... E veio-me a inspiração, guiando-me a uma porta, que se abriu e alguém por ela saiu, ouviu meu problema, condoeu-se de mim e me deu um emprego, no qual estou até hoje. E venho lhe agradecer a grande dádiva que o senhor me deu, arrancada de si mesmo, maior e melhor do que dinheiro!O ambiente era tocante! Lágrimas caíam tanto dos olhos de Bezerra como do irmão beneficiado e desconhecido. E numa prece muda, de dois corações unidos, numa mesma forca gratulatória, subiu aos Céus, louvando Aquela que é, em verdade, a porta de nossas esperanças, a Mãe Sublime de todas as mães, a advogada querida de todas as nossas causas!Louvado seja Maria Santíssima!1Bezerra de Menezes foi um grande devoto de Maria Santíssima, a qual atendia sempre a seus divinos pedidos. Era ela o seu fanal de consolação. Na verdade, Bezerra não foi espírita desde que nasceu. Nascera em família afortunada e católica, a 29 de agosto de 1831, em Riacho do Sangue, na Província do Ceará. Cresceu em clima de severa dignidade, respeito e religiosidade. Devido à sua prestimosa inteligência, inerente a todos os espíritos superiores, distinguiu-se nos estudos desde cedo, sendo sempre o 1o aluno de sua classe. Em 5 de fevereiro de 1851, quando contava com 19 anos de idade, transferiu-se para a Corte (atual Rio de Janeiro) para fazer seu curso médico. Nesta época seu pai, homem de bom coração havia perdido a sua fortuna e não pode ajudar seu filho financeiramente em seus estudos. Foi através de lutas, privações e renúncias aos prazeres ilusórios do mundo, que Bezerra conseguiu, em 1856, doutorar-se em Medicina.Para custear seus estudos e a subsistência própria, Bezerra de Menezes lecionava. Numa ocasião em que se achavam totalmente esgotados os recursos, de par com a urgência de pagar o aluguel da casa e acudir a outras necessidades inadiáveis, reclinado em sua rede, sem grandes sobressaltos, mas seriamente preocupado com a solução do caso, dava tratos à imaginação, em procura dos meios com que sair da dificuldade, quando ouve bater à porta. Era um desconhecido, que vinha nominalmente procurá-lo, e que, depois, ajustando um certo número de lições de determinadas matérias, tira do bolso um maço de células e paga antecipadamente o preço convencionado, ficando igualmente combinado para o dia seguinte o início das aulas.Bezerra reluta em receber a importância adiantada. Por fim, lembrando-se de sua situação, resolve aceitá-la. Radiante com a inesperada e providencial visita, Bezerra de Menezes solveu os seus compromissos e ficou a esperar, no prazo estipulado, o novo aluno.Mas nem no dia seguinte nem nunca mais lhe tornou este a aparecer. Foi, pois, uma visita mais misteriosa.Intervenções da mesma natureza, posto que não revestidas de cunho misterioso idêntico, se haviam de reproduzir no curso de sua vida, quando, em mais de uma ocasião, faltando-lhe o necessário para as despesas indispensáveis, longe de se perturbar, sentava-se à mesa de trabalho e punha-se tranqüilamente a escrever. Aparecia-lhe sempre um consulente que, atendido, lhe deixava os recursos de que necessitava e que, com serena confiança na Providência Divina, tinha certeza de que lhe não faltariam.2Casou-se em 6 de novembro de 1858, aos 27 anos, com D. Maria Cândida de Lacerda, pertencente a ilustre família. No fim de 4 anos, sua mulher desencarna, deixando-lhe dois filhos, um de 3 anos e outro de 1 ano. Este fato produziu em Bezerra um abalo físico e moral.Todas as glórias mundanas que havia conquistado tornaram-se aborrecidas. Não tinha mais prazer de ler e escrever, suas duas maiores distrações e nada encontrava que lhe fosse lenitivo a tamanha dor.É porque Bezerra, quando na Faculdade, na convivência de seus colegas, na maioria ateus, esquecera-se da sua crença católica que não fora firmada em uma fé raciocinada. Apesar disso, continuava a crer em dois pontos da religião católica: a crença em Deus e a existência da alma.Um dia, um amigo seu lhe trouxe um exemplar da Bíblia, traduzido pelo padre Pereira de Figueiredo. Bezerra tomou o livro sem o intuito de lê-lo, mas folheando-o começou a ler e esqueceu-se nesta tarefa. Leu toda a Bíblia e percebeu que algo de estranho se passava em seu interior. Quando acabou, tinha a necessidade de crer novamente, mas não nesta crença imposta à fé, mas numa outra firmada na razão e na consciência. Atirou-se então à leitura dos livros sagrados, com ardor e sede. Mas havia sempre uma falha a que seu espírito reclamava.Começaram a aparecer as primeiras notas espíritas no Rio de Janeiro. E, apesar de ouvir sobre esta nova Doutrina, Bezerra repelia-a sem conhecê-la, pois temia que ela perturbasse a paz que lhe trouxera ao espírito a sua volta à religião.Um dia, porém, seu colega Dr. Joaquim Carlos Travassos, tendo traduzido o Livro dos Espíritos de Allan Kardec, presenteou-o com este livro. E tal como acontecera com a Bíblia, prendeu-se neste livro, lendo-o todo. Operou-se nele um fenômeno estranho. Ele sabia que nunca havia lido qualquer obra espírita, no entanto, tudo o que lia não era novo para seu espírito. Ele sentia como se já tivesse lido e ouvido tudo aquilo. São as lembranças da alma.Foi assim que Bezerra de Menezes tornou-se espírita.No entanto, assim com Allan Kardec com seu espírito crítico e observador não se deu logo a acreditar em todos os fenômenos ditos espíritas e iniciou, intimamente uma pesquisa experimental para comprovar os preceitos desta nova doutrina. Foi assim que surgiram em sua vida 3 casos que o surpreenderam muito. Vou relatar aquele que mais o impressionou e que, como ele mesmo relatou, se ainda fosse incrédulo, não poderia resistir à impressão que deixou em si semelhante fato. Eu estava em tratamento com o médium receitista Gonçalves do Nascimento, e este costumava mandar-me os vidros, logo que eu acabava uma prescrição, por um primo meu, estudante de preparatórios, que morava em minha casa, na Tijuca, a uma hora de viagem da cidade.Meu primo costumava, sempre que me trazia os remédios (homeopáticos) da casa do Nascimento, entregar-me os vidros em mão, e nunca, durante 3 meses que já durava meu tratamento, me trouxe do médium recado por escrito, senão simplesmente os vidros de remédios, tendo no rótulo a indicação do modo pelo qual devia ser tomado.Um dia, deixei de ir à Câmara dos Deputados, de que fazia parte, e, pelas duas horas de tarde, passeava, na varanda, lendo uma obra que me tinha chegado à mãos, quando me apareceu um vizinho, o Sr. Andrade Pinheiro, filho do Presidente da Relação de Lisboa, e moço de inteligência bem cultivada.O Sr. Pinheiro não conhecia o Espiritismo, senão de conversa, e como eu fazia experiência em mim, ele aproveitava a minha experiência, para fazer juízo sobre a verdade ou falsidade da nova Doutrina.Depois dos primeiros cumprimentos, perguntou-me como ia eu com o tratamento espírita.Respondi-lhe com estas palavras: Estou bom; sinto apenas uma dorzinha nos quadris e uma fraqueza nas coxas, como quem está cansado de andar muito.Conversamos sobre o fato de minha cura em três meses, quando nada alcancei com a medicina oficial, em cinco anos, e passamos a outros assuntos, até que, uma hora pouco mais ou menos depois, entrou meu primo com os vidros de remédios e com um bilhete, escrito a lápis, que me mandava Nascimento, e que dizia:Não, meu amigo, não estás bom como pensas. Esta dor nos quadris, que acusas. Esta fraqueza das coxas, são a prova de que a moléstia não está de todo debelada. És médico e sabes que muitas vezes elas parecem combatidas, mas fazem erupções, porventura perigosas. Tua vida é necessária; continua teu tratamento.É fácil compreender a surpresa, a admiração, o abalo profundo que se produziu na minha alma um fato tão fora de tudo o que tinha visto em minha vida. Repetiram-se, da cidade, textualmente, as minhas palavras, como só poderia fazer quem estivesse ao alcance de ouvi-las!Efetivamente, calculado o tempo que leva o bonde da casa do Nascimento à minha, reconhecemos, eu e Pinheiro, que aquela resposta me fora dada na cidade, precisamente à hora em que eu respondia, na Tijuca, à interpelação de meu visitante.2A data de 16 de agosto de 1886 tornou-se memorável na História do Espiritismo no Brasil, por um acontecimento que, nos meios políticos, religiosos e médicos, ecoou de maneira estrondosa, causando mesmo surpresa e desapontamento para muitos, principalmente para os da classe médica. É que, numa das costumeiras tertúlias que então se realizavam no grande salão da Guarda Velha, em que compareceram cerca de 2 mil pessoas da melhor sociedade, Bezerra de Menezes, então presente, pedindo a palavra, proclamou solenemente a sua adesão ao Espiritismo. Essa sua filiação à nova corrente religiosa foi como uma transfusão de sangue novo para a Doutrina no Brasil, a qual daí por diante entrou em ritmo mais acelerado.1Em 1895, em meio a divergências havidas na FEB, e como obteve a maioria absoluta dos votos, Bezerra de Menezes tornou posse da presidência da FEB. Durante toda a sua presidência (1895-1900) trabalhou ativamente e com muito ardor no propósito de congraçar os espiritistas, e jamais esmoreceu na luta a bem da unificação geral, mantendo campanha sistemática em favor do estudo da nossa Doutrina e, sobretudo, seja pela palavra falada, seja pela palavra escrita, mostrava a completa, integral interdependência do Espiritismo e do Evangelho. Dizia mesmo que a pedra fundamental do Espiritismo, em sua pura concepção, era o Evangelho. Sem ele a Terceira Revelação não subsistiria e jamais se agigantaria nas consciências humanas.Não obstante sua mansuetude, seu espírito fraternista, por excelência, pronta e decididamente saía à liça, como um leão, quando o Espiritismo era atacado, disposto a derrubar o inimigo, com as armas de sua inteligência, de sua dialética, de seus conhecimentos e de sua indômita coragem. Bezerra era um profundo conhecedor das ciências da vida e um filósofo por excelência. Nessas lutas, pouco se lhe dava que seus contendores ocupassem altos postos na política ou na administração pública, que gozassem do maior prestígio dos poderosos. Colocava, acima de seus interesses pessoais, a defesa do Espiritismo, desde que ela se fizesse necessária.2Foi por este motivo que Bezerra de Menezes foi também intitulado de Kardec Brasileiro, porque foi ele, quem realmente no Brasil, estava preparado para difundir o Espiritismo pela inteligência, pela persuasão, pelos atos e, sobretudo, pelos exemplos edificantes.Bezerra de Menezes também teve vida política. Foi vereador, deputado geral e até Presidente da Câmara Municipal. Durante 20 anos que esteve envolvido com a política, Bezerra foi muito querido e odiado. Prestou relevantes serviços ao município que o elegera e conquistou os foros de inteligente, ilustrado, ativo e honesto.Em 21 de janeiro de 1865 casa-se novamente com a Sra. D. Cândida Augusta de Lacerda Machado, irmã materna de sua 1a mulher, e com quem teve 7 filhos.Bezerra de Menezes não fora , como alguns de seus admiradores supõem, um despreocupado com o dia de amanhã, com a assistência à família, com o futuro dos seus queridos entes familiares.Sabia, como poucos, ater-se à disciplina do necessário, a desprezar o supérfluo, a não se apegar às coisas materiais. Aceitava o pagamento dos clientes que lhe podiam pagar e dava aos pobres e estropiados o que podia dar, inclusive algo de si mesmo. Sua família jamais passou necessidade. Todos seus familiares lhe tiveram a assistência permanente e o alimento espiritual de sus bons exemplos. Preocupava-se com o futuro de seu Espírito e dos Espíritos daqueles que o Pai lhe confiou.E tudo corria bem, as dívidas eram pagas pontualmente, nenhum compromisso deixava de ser cumprido, os filhos eram educados cristãmente. Jesus morava em seu lar e dentro de seu coração e dos corações de seus queridos entes familiares, norteando-lhes a existência e fazendo-a vitoriosa.Numa manhã, no entanto, houve no lar uma apreensão. A dispensa estava vazia, sem víveres para o jantar. Na véspera, Bezerra havia restituído a importância das consultas aos seus clientes pobres, porque, por intuição, compreendera que apenas possuíam o necessário para a compra dos medicamentos. Junto à esposa, ciente e consciente da situação, ficara a pensar. Vestira e saíra, consolando a querida companheira e dizendo-lhe:- Não se preocupe, nada nos faltará, confiemos em Deus!Ao regressar, à tardinha, encontra a esposa surpresa e um pouco agastada, que lhe diz:- Por que tamanho gasto! Não precisava preocupar-se tanto, comprando alimentos de mais e que podem estragar-se..- Mas, que aconteceu?- Logo assim que você saiu, explica-lhe a esposa, recebemos uma carroça de alimentos...E, levando-o à despensa, mostrou-lhe o sacos, os embrulhos, os amarrados de víveres, que recebera. Bezerra olhou para tudo aquilo e emocionou-se! Nada comprara e quem então lhe teria enviados tão grande dádiva se não Deus, através de seus bondosos filhos!E, abraçado à querida consorte, refugiou-se a um canto da casa para a prece de agradecimento ao Pai de Amor, que lhe vitoriava a Missão, confirmando-lhe o ideal cristão e como a lhe dizer:- Por preocupar-se tanto como o próximo, com todos meus filhos, eu preocupo-me com você e todos os seus, também meus filhos!1Em plena doença, com o corpo inchado, vítima de anasarca, ainda hemiplégico, atendia aos seus inúmeros doentes que o visitavam, enviando-lhe no aceno das mãos, no sorriso dos lábios ou pelo olhar manso e bom, consolações e testemunhos de confiança na Virgem Santíssima!Foram cerca de quatro longos meses de sofrimentos atrozes, de sublimes testemunhos, em modestíssimo e desguarnecido quarto de sua residência humilde, pois o impacto produzido por esse mal violentíssimo o privara de qualquer movimento e da própria fala. Apenas seus lindos olhos verdes se moviam e falavam naquela linguagem misteriosa da expressão nascida da pureza de seu coração e da grandeza extraordinária de sua fé de apóstolo.Bezerra fez questão de que os remédios fossem prescritos pelas entidades espirituais, e de receber passes mediúnicos, indo os médiuns à sua residência, para esse fim caridoso.A miséria passara a residir em seu lar, e faltar-lhe-iam a própria alimentação e os remédios para amenizarem o seu grande martirológio físico, não fossem os corações bondosos e agradecidos que, em verdadeira romaria, afluíam dia e noite de seu calvário, para levar-lhe a sua solidariedade e o testemunho de seu reconhecimento, postando-se, um de cada vez, diante de seu leito, enquanto ele, com os olhos lacrimosos, agradecia, assim, através dessas lágrimas, que eram realmente a palavra de sua alma, a voz de seu sentimento.E essas almas generosas, amigas e agradecidas, que dele tantos e tantos benefícios haviam recebido, sigilosamente iam deixando, sem que disso ele se apercebesse, desde a moedinha da espórtula da viúva, como nos fala o Evangelho, até as cédulas de vários valores, debaixo do travesseiro em que ele descansava a cabeça de apóstolo do Evangelho em espírito e em verdade.2No dia 11 de abril de 1900, sentindo que se aproximava a hora de seu decesso, pediu que o ajudassem a levantar-se um pouco e, com a cabeça erguida, olhos voltados para o Alto, assim orou, baixinho e entra lágrimas, deixando-os suas últimas palavras como a Lição permanente da sua grandeza Espiritual, de seu Espírito totalmente libertado dos vícios e ligado à causa cristã:Virgem Santíssima, Rainha do Céu, Advogada de nossas súplicas junto ao Divino Mestre e a Deus todo poderoso, eu te peço não que deixe de sofrer mas que meu pobre espírito aproveite bem todo o sofrimento e te peço pelos meus irmãos que ficam, por esses pobres amigos, doentes do corpo e da alma, que aqui vieram buscar no teu humilde servo uma migalha de conforto e de amor. Assiste-os, por caridade, dá-lhes, Senhora, a tua Paz, a Paz do Cordeiro de Deus que tira os pecados do Mundo, Nosso Senhor Jesus Cristo! Louvado seja Teu nome! Louvado seja o Nome de Jesus! Louvado seja Deus!1E desencarnou!Gente de toda a cidade do Rio, especialmente dos morros, das favelas, gente humilde, descalça, maltrapilha, os pobres de espírito, os humildes de coração, beneficiados pela Medicina do seu amor, ali se achavam em mistura com outra gente rica e poderosa, pertencente ao mundo oficial do Governo.1Na noite de 12 de abril de 1900, às sete horas, houve a habitual sessão comemorativa da Ceia do Senhor, na FEB. Todos que ali estavam ouviram, pela maravilhosa mediunidade de Frederico Pereira da Silva Júnior, a palavra querida do Espírito do nosso Bezerra de Menezes.Sua mensagem foi longa, e nela mais de uma vez, humildemente, agradeceu a Deus, a Jesus e a Virgem Santíssima as bênçãos divinas que misericordiamente recebia na pátria espiritual, dizendo:Baixai vossos olhos sobre os meus amigos! São também vossos filhinhos, como eu, que aflito gemi e padeci na Terra, sempre com os olhos cravados em vós. Dai que eles possam compreender, ó Virgem Imaculada(...), esse amai-vos uns aos outros, certos, convencidos de que o amor que desdobrarem das suas almas, para os seus irmãos, evola-se, libera-se aos páramos onde está o vosso amado Filho, é o amor elevadíssimo que nos vem com Jesus.(...) Obrigado a todos vocês. Bezerra estará sempre unido aos vossos corações. O Bezerra pede a Deus, e Deus há de permitir que ele continue a trabalhar, a produzir a seara bendita.2No dia 11 de abril de 1950, ocorre no plano espiritual uma reunião para homenagear os 50 anos de desenlace do Dr. Bezerra de Menezes. Chico Xavier foi um dos convidados. Bezerra achava-se naquele ambiente de luz e emoção, sinceridade e gratidão e vivendo com grande emoção aqueles momentos em que recordava dos 69 anos vividos na Terra como o Médico dos Pobres, o Irmão dos sofredores, o Discípulo humilde e sincero de Jesus e o Kardec Brasileiro.De repente, sob a surpresa dos que compunham a grande assembléia, de mais Alto, uma Estrela luminescente dá presença. Era Celina, a enviada da Virgem Santíssima, que chega e lê a sua mensagem, promovendo Bezerra a uma Tarefa Maior e numa Esfera mais Alta. O Evangelizador Espírita chora emocionadíssimo e ajoelha-se agradecendo entre lágrimas, à Mãe das Mães a graça recebida, suplicando-lhe, por intermédio de sua enviada sublime, para ficar no seu humilde Posto, junto à Terra, a fim de continuar atendendo aos pedidos de seus irmãos terrestres que tantas provas lhe dão de estima e gratidão.O espírito luminoso de Celina sobe às esferas elevadas donde veio e se dirige aos pés da Mãe Celestial, submetendo à sua apreciação o pedido de seu servo agradecido.Daí a instantes, volta e traz a resposta de Nossa Senhora:- Que sim, que Bezerra ficasse no seu Posto o tempo que quisesse e sempre sob suas bênçãos!E da Terra e do Além partem vozes em Prece!1Bezerra de Menezes que, na Terra, foi o extraordinário arauto do Evangelho, simbolizado na sua fé, na sua ação, no seu trabalho, no seu amor, nos seus pensamentos e na sublime caridade que praticava sempre em todas as horas de seu viver, continua ainda nas etéreas regiões, por intermédio dos mais diversos médiuns existentes em todo o Brasil, distribuindo as flores mais belas e mais viçosas, nascidas de seu coração aos que sofrem, gemem, choram e desesperam, em virtude de seus padecimentos físicos e morais.2É o caso de Deolindo Amorim que em carta dirigida a Ramiro Gama dá seu depoimento sobre o acontecimento extraordinário que acontecera em seu lar.Costumava freqüentar uma sessão mediúnica, dirigida pelo coronel Antônio Barbosa da Paixão (um dos primeiros espíritas, que conheci no Rio de Janeiro), muito próxima da pensão onde eu morava. Certa noite, ao deixar a sessão em casa do coronel, ainda sob os efeitos do bom ambiente que eu levara do Centro, bem calmo e confortado, cheguei em casa tarde da noite e encontrei minha filha mais velha que tinha apenas 1 ano com dores fortes, sem dormir, chorando muito, apresentando contorções um tanto esquisitas. Minha mulher, com a menina nos braços, não conseguia melhorar a situação.Quando vi o quadro, lembrei-me logo de fazer uma prece e pedir auxílio do Espírito de Bezerra de Menezes, que já me beneficiou mais de uma vez, em circunstâncias especiais. Como eu estava sob influência de ambiente sadio da sessão mediúnica, havia uma predisposição psicológica para o ato da prece.Então, deitei-me naturalmente, como se fosse dormir, e fiz sinal a minha mulher que ficasse onde estava, com a menina nos braços, enquanto eu fazia a prece, comecei a sentir uma espécie de frio na mão direita e, deitado mesmo, ainda com os olhos fechados, apliquei o passe. Fi-lo com toda a confiança, porque já estava sentindo as irradiações desse bondoso Espírito. Resultado: à medida que aplicava o passe, de lá, da cama onde estava, pois a menina continuava distante, no quarto, ela ia ficando calma, ia deixando de chorar e, por fim, quando terminei o passe, com a prece, a menina já estava dormindo.Minha mulher pô-la no berço, tudo voltou ao estado de calma e, no dia seguinte, a criança amanheceu rindo, como sempre, como se nada houvesse acontecido antes. Senti, aí, mais uma vez, pois tenho várias experiências pessoais, o poderoso recurso da prece, como também senti a vibração caridosa desse espírito iluminado, que se chamou, entre nós, Adolfo Bezerra de Menezes.2As mensagens de Bezerra transmitidas por diferentes médiuns, fazem-nos sentir que o Espiritismo é a força propulsora das verdades eternas, reerguendo-nos do lodaçal de nossos vícios e misérias. Bezerra de Menezes é para todos os que mourejam em terra do Coração do Mundo, a âncora de salvação, quando o infortúnio os atinge. Milhões de vozes pedem diariamente o seu socorro... Milhões de corações agradecem a esse grande benfeitor as dádivas do seu amor!Bezerra de Menezes vive nos corações de todos os espiritistas do Cruzeiro do Sul!2


1. Lindos Casos de Bezerra de Menezes. Ramiro Gama.2. Vida e Obra de Bezerra de Menezes. Sylvio Brito Soares.