sábado, 30 de abril de 2011


Mediunismo, Mediunidade, Animismo e Mistificação


Freddy Brandi

A expressão mediunismo, criada por Emmanuel, designa as formas primitivas de mediunidade que fundamentam as crenças e a religião primitivas. Primitivismo; adoração inclusive de objetos inanimados, broches, talismãs, amuletos, e etc., o fetichismo nas crenças indignas e religiões africanas. A diferença entre Mediunismo e Mediunidade está na conscientização do problema mediúnico.
"A mediunidade é o mediunismo desenvolvido, racionalizado e submetido à religião religiosa, filosófica e às pesquisas científicas necessárias ao esclarecimento dos fenômenos, sua natureza e suas leis.
O mediunismo divide-se em vários ramos correspondentes, as noções africanas de que procedem. Existem as mais e as menos elevadas:
Umbanda: -  São  as práticas mais elevadas e voltadas para o bem.
Quimbanda: - Rituais selvagens provocados pelo sangue dos animais sacrificados e queima de pólvora e outros rituais relacionados a inferioridades dos espíritos.
Candomblé: - São as Danças nativas de origem africana e indígena.
A Macumba: - É um ritual muito antigo. Diz Herculano Pires que a Macumba é um instrumento de sopro, geralmente, de bambu, que é tocado para chamar os espíritos do mato, é o "despacho", ao contrário do que se pensa, não é a oferenda de comidas e bebidas que é colocada nas encruzilhadas, mas o envio de espíritos inferiores para atacar as pessoas visadas.
Mediunidade: É a faculdade humana pela qual se estabelece a relação entre homens e espíritos. Não é um poder oculto que se possa  desenvolver através de praticas, rituais ou pelo poder misterioso, desenvolve-se naturalmente nas pessoas de maior sensibilidade para captação mental, de coisas e fatos do mundo espiritual que nos cerca e nos afeta, com as suas vibrações afetivas e psíquicas.
É a faculdade ou aptidão que possuem certos indivíduos determinados médium, de servirem de intermediárioentre o mundo físico e espiritual. A mediunidade é dada sem distinção a fim de que os espíritos possam levar a luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, ao pobre como ao rico, os virtuosos, para os fortalecer no bem, e os viciosos para os  corrigir.
Mediunidade é simplesmente uma aptidão para servir de instrumento mais ou menos dócil, aos espíritos em geral. O bom médium é aquele que constrói boas qualidades morais e constantemente cultiva bons pensamentos, possui o hábito da oração e da leitura.
Dessa maneira , a mediunidade é a condição natural do homem, uma faculdade geral da espécie humana, que serevela em dois campos paralelos de fenômenos: os Anímicos: Que são os fenômenos mediúnicos, com há maior influência do espírito do médium na relação entre duas esferas, como nos casos de vidência. Espíritas: são fenômenos mediúnicos, quando, na relação, há uma atuação direta do espírito desencarnado sobre o encarnado, como ocorre na audiência e na psicografia.
Mistificação: São os escolhos mais desagradáveis da prática espírita; mas  um meio de evita-los, o de não pedires ao espiritismo nada mais do que ele pode e deve dar-vos; seu objetivo é o aperfeiçoamento moral da humanidade. Desde que, não vos afasteis disso, jamais sereis enganados, pois não há duas maneiras de compreender a verdadeira moral, aquela de que todo homem de bom senso pode admitir; mesmo que o homem nadapeça, nem que evoque, sofre mistificações, se aceitarem o que dizem os espíritos mistificadores. Se o homem recebesse com reserva e desconfiança tudo que se afasta do objetivo essencial do espiritismo, os espíritos levianos não o enganariam tão facilmente.
Mistificar:  Quer dizer; enganar , trapacear, burlar, tapear, iludir, iniciar alguém nos mistérios de um culto, torna-lo iniciado, abusar da boa fé.
“Do que se conclui que só é mistificado aquele que merece”
Animismo: (anima – alma) Sistema fisiológico que considera a alma como causa primária de todos os fatos intelectuais e vitais, isto é, expõe o fenômeno anímico como a manifestação da alma do médium, portanto, á alma do médium pode manifestar-se como qualquer ouro espírito, desde que goze de certo grau de liberdade, pois recobra os seus atributos de espírito e fala como tal e não como encarnado. Para que se possa distinguir, se é o espírito do médium ou outro que se comunica, é necessário observar a natureza das comunicações, através das comunicações e da linguagem.
Outro grande engano é confundir Animismo com Mistificação.
 "Na verdade a questão do Animismo foi de tal maneira inflada, além de suas proporções, que acabou transformando-se em verdadeiro fantasma, uma assombração para espíritas desprevenidos ou desatentos. Muitos são os dirigentes que condenam sumariamente o médium, pregando-lhe o rótulo de fraude, ante a mais leve suspeita de estar produzindo fenômeno anímico e não espírita. Creio oportuno enfatizar aqui que em verdade não fenômeno espírita puro, de vez que a manifestação de seres desencarnados, em nosso contexto terreno, precisa do médium encarnado, ou seja, precisa do veículo das faculdades da alma (espírito encarnado) e, portanto, manifestações anímicas".

A conclusão que chegamos é que não há fenômeno mediúnico sem participação anímica.
Existem também manifestações de animismo puro, ou seja, comunicação produzida pelo espírito do médium, sem a participação de outro espírito - encarnado ou desencarnado, pode ocorrer um processo espontâneo de regressão de memória. Existem fraudes de médiuns e de Espíritos que nada têm a ver com o animismo e o mediunismo. Pode ocorrer o desejo de promoção pessoal e de grupos. Existem a dos Espíritos que usam nomes falsos para desequilibrarem àqueles que se esquecem de estudar e julgam assim serem superiores demais. Devemos conservar a humildade e agradecer constantemente a oportunidade de servir.   fonte:   centro esp.ISMAEL

lunes, 25 de abril de 2011

mediunidade e espiritismo

Mediun. e Espiritismo


MEDIUNIDADE E ESPIRITISMO

        Roguemos a bênção de Jesus em nosso favor.
        Assuntos existem, no âmbito de nossa construção doutrinária, que nunca serão comentados em excesso.
        Reportamo-nos aqui ao tema «Espiritismo e Mediunidade», para alinhar algumas anotações que consideramos indispensáveis à segurança de nossas diretrizes. 
  • Mediunidade é atributo peculiar ao psiquismo de todas as criaturas.
  • Espiritismo é um corpo de princípios morais, objetivando a libertação da alma humana para a Vida Maior.
  • Médium, em boa sinonímia, segundo cremos, quer dizer «meio».
  • Médium, em razão disso, dentro de nossas fileiras, significa:
    • intermediário
    • medianeiro
    • intérprete.
  • Médiuns, por isso, existiram em todos os tempos: 
    • Na antiguidade remota, eram adivinhos e pitonisas que, freqüentemente, pagavam com a vida o conhecimento inabitual de que se faziam portadores.
    • Na Idade Medieva, eram santos e santas, quando se afinavam à craveira religiosa da época, ou, então, feiticeiros e bruxas, recomendados à fogueira ou à forca, quando se não ajustavam aos preconceitos do tempo em que nasceram.
    • Hoje, possuímo-los em todos os tons, em dilatadas expressões polimórficas.
        No próprio Evangelho, em cujas raízes divinas o Espiritismo jaz naturalmente mergulhado, vamos encontrar um perfeito escalonamento de valores, definições e atividades mediúnicas:
  • Vemos a mediunidade, absolutamente sublimada, em nossa Mãe Santíssima, quando registra a visitação das entidades angélicas.
  • Reconhecemos a clariaudiência avançada em José da Galiléia, quando recolhe dos mensageiros do Plano Superior comentários e notícias acerca da gloriosa missão de Jesus.
  • Simão Pedro: 
    • era médium da sombra, quando se adaptava à influência perturbadora de que muitas vezes se sentiu objeto, 
    • era médium da luz, quando partilhava a claridade divina em sua vida mental.
  • O mesmo Simão Pedro, Tiago e João foram médiuns materializadores no Tabor, favorecendo aaparição tangível de instrutores da mais elevada hierarquia. (Ver: Transfiguração de Jesus)
  • João, o grande evangelista, foi médium, na mais sublime acepção da palavra, quando anotou as visões do Apocalipse.
  • Os companheiros do Senhor, no dia inolvidável do Pentecostes, foram médiuns de efeitos físicos,médiuns poliglotas e psicofônicos da mais nobre expressão.
  • Saulo de Tarso foi notável médium de clarividência e clariaudiência, às portas de Damasco, ao ensejo de seu encontro pessoal com o Divino Mestre.
  • Todavia, não será lícito esquecer que os possessos, os doentes mentais e os obsidiados de todos os matizes, que enxameavam a estrada do Cristo de Deus, quando de sua passagem direta entre os homens, eram também médiuns.
        Precisamos, assim, na atualidade, encarecer a diferença, a fim de que não venhamos a guardar injustificável assombro, diante de fenômenos que não condizem com o imperativo de nossa formação moral.
  • Médiuns existem, tanto aí quanto aqui, nas esferas de serviço em que nos situamos.
  • Médiuns permanecem em toda a parte, porque mediunidade é meio de manifestação do Espírito em seus diversos degraus de evolução.
        Por esse motivo, o grande problema dos trabalhadores mediúnicos é aquele da sustentação de boas companhias espirituais, em caráter permanente.
  • Mal se descerram faculdades psíquicas ou percepções mentais um tanto mais avançadas em alguém, corre na direção desse alguém a malta dos desencarnados que não plantaram o bem e que, por isso, não podem recolher o bem, de imediato, nas leiras da vida.
  • Mal surge um médium promissor e mil ameaças se lhe agigantam no caminho, porque o vampirismovive atuante, qual gafanhoto faminto devorando a erva tenra.
        Eis por que um fulcro de fenômenos medianímicos é motivo para vasta meditação de nossa parte, competindo-nos a obrigação de prestar-lhe incessante socorro, pois, em verdade, são muito raras as criaturas encarnadas ou desencarnadas que logram manter contacto permanente com a orientação superior, de vez que,... 
  • se é fácil acomodar-nos no convívio das inteligências ambientadas nas zonas inferiores, 
  • é muito difícil acompanhar os servos da verdade e do amor que, em procurando a comunhão com o Cristo, se confiam, intrépidos e humildes, ao apostolado da Grande Renúncia.
        Imperioso, assim, é que vivamos alertas, sem exigir dos médiuns favores que não nos podem dar e sem conferir-lhes privilégios que não podem receber, garantindo-se, desse modo, a estabilidade e a pureza de nossa Doutrina, porquanto: 
  • Espiritismo é como o Sol, que resplende para todos, 
  • e a Mediunidade é a ferramenta que cada criatura pode maliar no campo da vida, na edificação da própria felicidade.
        Quantas, porém, se utilizam de semelhante ferramenta para a aquisição de compromissos escusos com a delinqüência?!...
        Em razão disso, é indispensável compreender que:
  • Mediunidade é Mediunidade 
  • Espiritismo é Espiritismo.
        Ajustemo-nos, desse modo, aos princípios salvadores de nossa fé! E, na posição de instrumentos do progresso e do bem, com mais ou menos expressão de serviço nas atividades mediúnicas, diretas ou indiretas, conscientes ou inconscientes, procuremos, antes de tudo, a nossa efetiva integração com o Mestre Divino, para que não nos falte ao roteiro a necessária luz.

Efigênio S. Vítor (Espírito) -fonte_mediunidade e espiritismo. 


viernes, 22 de abril de 2011

VISÃO ESPÍRITA DA PÁSCOA

VISÃO ESPÍRITA DA PÁSCOA


Visão Espírita da Páscoa


Eis-nos, uma vez mais, às vésperas de mais uma Páscoa. Nosso pensamento e nossa emoção, ambos cristãos, manifestam nossa sensibilidade psíquica. Deixando de lado o apelo comercial da data, e o caráter de festividade familiar, a exemplo do Natal, nossa atenção e consciência espíritas requerem uma explicação plausível do significado da data e de sua representação perante o contexto filosófico-científico-moral da Doutrina Espírita.
Deve-se comemorar a Páscoa?
Que tipo de celebração, evento ou homenagem é permitida nas instituições espíritas? Como o Espiritismo visualiza o acontecimento da paixão, crucificação, morte e ressurreição de Jesus? Em linhas gerais, as instituições espíritas não celebram a Páscoa, nem programam situações específicas para “marcar” a data, como fazem as demais religiões ou filosofias “cristãs”. Todavia, o sentimento de religiosidade que é particular de cada ser-Espírito, é, pela Doutrina Espírita, respeitado, de modo que qualquer manifestação pessoal ou, mesmo, coletiva, acerca da Páscoa não é proibida, nem desaconselhada.
O certo é que a figura de Jesus assume posição privilegiada no contexto espírita, dizendo-se, inclusive, que a moral de Jesus serve de base para a moral do Espiritismo. Assim, como as pessoas, via de regra, são lembradas, em nossa cultura, pelo que fizeram e reverenciadas nas datas principais de sua existência corpórea (nascimento e morte), é absolutamente comum e verdadeiro lembrarmo-nos das pessoas que nos são caras ou importantes nestas datas. Não há, francamente, nenhum mal nisso. Mas, como o Espiritismo não tem dogmas, sacramentos, rituais ou liturgias, a forma de encarar a Páscoa (ou a Natividade) de Jesus, assume uma conotação bastante peculiar. Antes de mencionarmos a significação espírita da Páscoa, faz-se necessário buscar, no tempo, na História da Humanidade, as referências ao acontecimento.
A Páscoa, primeiramente, não é, de maneira inicial, relacionada ao martírio e sacrifício de Jesus. Veja-se, por exemplo, no Evangelho de Lucas (cap. 22, versículos 15 e 16), a menção, do próprio Cristo, ao evento: “Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes da minha paixão. Porque vos declaro que não tornarei a comer, até que ela se cumpra no Reino de Deus.” Evidente, aí, a referência de que a Páscoa já era uma “comemoração”, na época de Jesus, uma festa cultural e, portanto, o que fez a Igreja foi “aproveitar-se” do sentido da festa, para adaptá-la, dando-lhe um novo significado, associando-o à “imolação” de Jesus, no pós-julgamento, na execução da sentença de Pilatos.
Historicamente, a Páscoa é a junção de duas festividades muito antigas, comuns entre os povos primitivos, e alimentada pelos judeus, à época de Jesus. Fala-se do “pesah”, uma dança cultural, representando a vida dos povos nômades, numa fase em que a vinculação à terra (com a noção de propriedade) ainda não era flagrante. Também estava associada à “festa dos ázimos”, uma homenagem que os agricultores sedentários faziam às divindades, em razão do início da época da colheita do trigo, agradecendo aos Céus, pela fartura da produção agrícola, da qual saciavam a fome de suas famílias, e propiciavam as trocas nos mercados da época. Ambas eram comemoradas no mês de abril (nisan) e, a partir do evento bíblico denominado “êxodo” (fuga do povo hebreu do Egito), em torno de 1441 a.C., passaram a ser reverenciadas juntas. É esta a Páscoa que o Cristo desejou comemorar junto dos seus mais caros, por ocasião da última ceia. Logo após a celebração, foram todos para o Getsêmani, onde os discípulos invigilantes adormeceram, tendo sido o palco do beijo da traição e da prisão do Nazareno.
Mas há outros elementos “evangélicos” que marcam a Páscoa. Isto porque as vinculações religiosas apontam para a quinta e a sexta-feira santas, o sábado de aleluia e o domingo de páscoa. Os primeiros relacionam-se ao “martírio”, ao sofrimento de Jesus – tão bem retratado neste último filme hollyodiano (A Paixão de Cristo, segundo Mel Gibson) –, e os últimos, à ressurreição e a ascensão de Jesus. No que concerne à ressurreição, podemos dizer que a interpretação tradicional aponta para a possibilidade da mantença da estrutura corporal do Cristo, no post-mortem, situação totalmente rechaçada pela ciência, em virtude do apodrecimento e deterioração do envoltório físico. As Igrejas cristãs insistem na hipótese do Cristo ter “subido aos Céus” em corpo e alma, e fará o mesmo em relação a todos os “eleitos” no chamado “juízo final”. Isto é, pessoas que morreram, pelos séculos afora, cujos corpos já foram decompostos e reaproveitados pela terra, ressurgirão, perfeitos, reconstituindo as estruturas orgânicas, do dia do julgamento, onde o Cristo, separá justos e ímpios.
A lógica e o bom-senso espíritas abominam tal teoria, pela impossibilidade física e pela injustiça moral. Afinal, com a lei dos renascimentos, estabelece-se um critério mais justo para aferir a “competência” ou a “qualificação” de todos os Espíritos. Com “tantas oportunidades quanto sejam necessárias”, no “nascer de novo”, é possível a todos progredirem. Mas, como explicar, então as “aparições” de Jesus, nos quarenta dias póstumos, mencionadas pelos religiosos na alusão à Páscoa? A fenomenologia espírita (mediúnica) aponta para as manifestações psíquicas descritas como mediunidades. Em algumas ocasiões, como a conversa com Maria de Magdala, que havia ido até o sepulcro para depositar algumas flores e orar, perguntando a Jesus – como se fosse o jardineiro – após ver a lápide removida, “para onde levaram o corpo do Raboni”, podemos estar diante da “materialização”, isto é, a utilização de fluido ectoplásmico – de seres encarnados – para possibilitar que o Espírito seja visto (por todos). Igual circunstância se dá, também, no colóquio de Tomé com os demais discípulos, que já haviam “visto” Jesus, de que ele só acreditaria, se “colocasse as mãos nas chagas do Cristo”.
E isto, em verdade, pelos relatos bíblicos, acontece. Noutras situações, estamos diante de uma outra manifestação psíquica conhecida, a mediunidade de vidência, quando, pelo uso de faculdades mediúnicas, alguém pode ver os Espíritos.
A Páscoa, em verdade, pela interpretação das religiões e seitas tradicionais, acha-se envolta num preocupante e negativo contexto de culpa. Afinal, acredita-se que Jesus teria padecido em razão dos “nossos” pecados, numa alusão descabida de que todo o sofrimento de Jesus teria sido realizado para “nos salvar”, dos nossos próprios erros, ou dos erros cometidos por nossos ancestrais, em especial, os “bíblicos” Adão e Eva, no Paraíso. A presença do “cordeiro imolado”, que cumpre as profecias do Antigo Testamento, quanto à perseguição e violência contra o “filho de Deus”, está flagrantemente aposta em todas as igrejas, nos crucifixos e nos quadros que relatam – em cores vivas – as fases da via sacra. Esta tradição judaico-cristã da “culpa” é a grande diferença entre a Páscoa tradicional e a Páscoa espírita, se é que esta última existe. Em verdade, nós espíritas devemos reconhecer a data da Páscoa como a grande – e última lição – de Jesus, que vence as iniqüidades, que retorna triunfante, que prossegue sua cátedra pedagógica, para asseverar que “permaneceria eternamente conosco”, na direção bussolar de nossos passos, doravante.
Nestes dias de festas materiais e/ou lembranças do sofrimento do Rabi, possamos nós encarar a Páscoa como o momento de transformação, a Vera evocação de liberdade, pois, uma vez despojado do envoltório corporal, pôde Jesus retornar ao Plano Espiritual para, de lá, continuar “coordenando” o processo depurativo de nosso orbe. Longe da remissão da celebração de uma festa pastoral ou agrícola, ou da libertação de um povo oprimido, ou da ressurreição de Jesus, possa ela ser encarada por nós, espíritas, como a vitória real da vida sobre a morte, pela certeza da imortalidade e da reencarnação, porque a vida, em essência, só pode ser conceituada como o amor, calcado nos grandes exemplos da própria existência de Jesus, de amor ao próximo e de valorização da própria vida.
Nesta Páscoa, assim, quando estiveres junto aos teus mais caros, lembra-te de reverenciar os belos exemplos de Jesus, que o imortalizam e que nos guiam para, um dia, também estarmos na condição experimentada por ele, qual seja a de “sermos deuses”, “fazendo brilhar a nossa luz”. Comemore, então, meu amigo, uma “outra” Páscoa. A sua Páscoa, a da sua transformação, rumo a uma vida plena.
Marcelo Henrique*
* Diretor de Política e Metodologias de Comunicação, da Abrade (Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo) e Delegado da CEPA (Confederação Espírita Pan-Americana) para a Grande Florianópolis-SC.
FONTE:LEGIÃO DOS SERVOS DE MARIA.

miércoles, 20 de abril de 2011

O Animismo


Questão que sempre gerou confusão ente os médiuns, principalmente os iniciantes, o animismo sempre foi visto como uma ocorrência negativa, uma falha do médium. Cabe-nos, portanto lançar um olhar mais profundo sobre o tema visando esclarecer o assunto.
Desde dos primeiros passos do estudo psico-espiritual que este tema vem sendo analisado. No século passado o sábio russo Alexander Aksakof fez uma das primeiras classificações dos fenômenos mediúnicos, dividindo-os em três categorias:
1.      “Fenômenos explicáveis unicamente pelas funções clássicas da subconsciência (pré-consciência) e que, portanto, se situam nos domínios da psicologia - personismo (Aksakof), fenômenos subliminais (Myers), automatismo psicológico (Janet).”
2.      Fenômenos explicáveis pelo que hoje denominamos funções Psi ou, como diziam os metapsiquistas: ”as faculdades supranormais da subconsciência”.
3.      “Fenômenos de personismo e de animismo na aparência, porém reconhecem uma causa extra-mediúnica, supraterrestre, isto é, fora da esfera de nossa existência”.
O animismo, segundo a classificação de Aksakof, estaria enquadrada no segundo item, caracterizando-se como manifestação do campo da parapsicologia. No primeiro item estariam as manifestações psicológicas e no último os fenômenos mediúnicos propriamente ditos.
Dentro do conceito espírita, podemos definir animismo sobre dois prismas. O primeiro, segundo a definição de Martins Peralva: “Animismo é o fenômeno pelo qual a pessoa arroja ao passado os próprios sentimentos, <de onde recolhe as impressões de que se vê possuída>”, o segundo, na definição de Richard Simonetti: “é algo da alma do próprio médium interferindo no intercâmbio”. Ambas as definições estão corretas, diferindo apenas no grau de interferência do espírito do médium. E também em ambos os casos, é importante lembrar que quando nos referimos à interferência, falamos de ação não voluntária, portanto não devemos confundir com mistificação onde há a intenção de enganar. Esta interferência muitas vezes é tão sutil que se torna complexo o trabalho de distinguir a origem da comunicação. Isto se deve ao fato de que tanto encarnados quanto desencarnados “respiram” em semelhante ambiente evolutivo, pois se assim não fosse o intercâmbio entre os dois planos seria impossível.
Para facilitar nossa exposição e atendendo a questões didáticas, vamos distinguir dois grupos de comunicações espirituais:
·        Fator Anímico –É aquele em que o médium, involuntariamente, transmite comunicações da própria alma;
·        Fator Espíritico – são os mediúnicos, propriamente ditos, onde o médium recebe comunicações de espíritos desencarnados;
Lembremos que, embora no animismo não exista comunicação externa, ainda assim não deixa de ser um espírito que se comunica, e este está necessitando de auxílio, portanto cabe ao dirigente da reunião mediúnica usar de todo carinho fraterno para ajudar aquele espírito. Conforme nos relata André Luiz, na obra Nos domínios da Mediunidade: “Sem dúvida em tais momentos, é alguém que volta do pretérito a comunicar-se com o presente, porque, ao influxo das recordações penosas de que se vê assaltada, centraliza todos os seus recursos mnemônicos tão somente no ponto nevrálgico em que viciou o pensamento. ... para nós, é uma enferma espiritual, uma consciência torturada, exigindo amparo moral e culturalpara a renovação íntima, única base sólida que lhe assegurará o reajustamento definitivo.” Também é preciso cuidado do doutrinador na hora de classificar uma comunicação de anímica, para está análise recorremos a Kardec no Livro dos Médiuns, capítulo XIX, questão 223 § 3 : "Como distinguir se o Espírito que responde é o do médium ou se é outro Espírito?
- Pela natureza das comunicações. Estuda as circunstâncias e a linguagem e distinguirás".
Normalmente o fator causador do animismo é a fixação mental, ou seja, pessoas, fatos, objetos ou situações nos quais fixamos nosso pensamento, devotando-lhes grande atenção, isto faz com que guardemos vínculos que podem perdurar durante longo tempo e gerar desequilíbrios que precisam ser sanados e fazem com que o espírito do médium - assim como qualquer outro espírito em desarmonia - precise de ajuda e recorra aos grupos mediúnicos quando tem a oportunidade. 
No caso do animismo em médiuns principiantes, este fenômeno é natural e esperado, em face da pouca experiência dos mesmos, o estudo aliado à continuidade do trabalho no grupo fará com que o iniciante adquira mais segurança e controle de sua mediunidade, solucionando este obstáculo.
Como pudemos verificar, não há razão para o preconceito quanto ao animismo, ele é uma manifestação espiritual autêntica e deve ser tratado como tal, cabendo, entretanto aos médiuns, superar o estágio do animismo, através do devotamento ao estudo, juntamente com o incessante esforço de disciplina moral, pois nenhum médium conseguirá realizar adequadamente o mandato mediúnico se perseverar na ignorância, na mistificação, no animismo e se olvidar o esforço próprio dirigido à sua ascensão espiritual.


Fontes:
Aksakof, Alexander. Animismo e Espiritismo. (1985) FEB.
Luiz, André. Nos Domínios da Mediunidade. (2002) FEB.
Luiz, André. Mecanismos da Mediunidade. (2002) FEB.
Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns. (1999). LAKE.
Peralva, Martins. Estudando a Mediunidade. (1987) FEB.
Simonetti, Richard. Mediunidade – Tudo o que você precisa saber. (2003). CEAC. abraços fraternos!!!

lunes, 18 de abril de 2011

154 ANOS DO LIVRO DOS ESPÍRITOS!

O Livro dos Espíritos completa 154 anos



Abaixo, uma carta dirigida a Allan Kardec, sobre O Livro dos Espíritos, publicada em sua Revista em 1858.
Carta enviada de Bourdeaux por um Capitão reformado, poucos dias após o lançamento do livro.

Bordeaux, 25 de abril de 1857

Senhor,

Submetestes minha paciência a uma grande prova pela demora na publicação de  O Livro dos Espíritos, há tanto tempo anunciado; felizmente, não perdi por esperar, porquanto ele ultrapassa todas as idéias que eu havia feito, de acordo com o prospecto.
Impossível descrever o efeito que em mim produziu: assemelho-me a um homem que saiu da obscuridade; parece que uma porta, fechada até hoje, acaba de ser subitamente aberta; minhas idéias se ampliaram em algumas horas! Oh! Como a Humanidade e todas as suas preocupações miseráveis se me parecem mesquinhas e pueris, ao lado desse futuro de que não duvidava, mas que para mim estava de tal forma obscurecido pelos preconceitos que o imaginava a custo! Graças ao ensino dos Espíritos, agora se apresenta sob uma forma definida, compreensível, maior, mais bela e em harmonia com a majestade do Criador. Quem quer que leia esse livro meditando, como eu, encontrará tesouros inesgotáveis de consolações, pois que ele abarca todas as fases da existência. Em minha vida sofri perdas que me afetaram vivamente; hoje, não me causam nenhum pesar e toda minha preocupação é empregar utilmente o tempo e minhas faculdades para acelerar meu progresso, porque, para mim, agora, o bem tem uma finalidade e compreendo que uma vida inútil é uma vida de egoísta, que não nos permite avançar na vida futura.
Se todos os homens que pensam como vós e eu – e os encontrareis muito, assim espero, para honra da Humanidade – pudessem se entender, reunir-se e agir de comum acordo, de que força não disporiam para apressar essa regeneração que nos é anunciada! Quando for a Paris, terei a honra de vos ver e, se não for
abusar de vosso tempo, pedir-vos-ei algumas explicações sobre certas passagens e alguns conselhos  sobre a aplicação das leis morais a certas circunstâncias que me são pessoais. Recebei, até lá, eu vos peço, Senhor, a expressão de todo o meu reconhecimento, porque me proporcionastes um grande bem ao apontar-me a rota da única felicidade real neste mundo e, além disso, quem sabe? um lugar melhor no outro.

Vosso todo devotado.
D..., capitão reformado

domingo, 17 de abril de 2011

JESUS - AS INCONSISTENTES TESES


A respeito da personalidade de Jesus através dos séculos, muitas teses têm sido levantadas por este ou aquele pesquisador.Diante da multiplicidade de opiniões, queda-se o homem, muitas vezes, na encruzilhada do pensamento, sem uma autodefinição, ao mesmo tempo em que autores diversos continuam seus esforços buscando envolver quantos possam avizinhar-se de suas teses.Tem, contudo, a Doutrina Espírita seguras informações a este respeito!Anotemos, embora sinteticamente, três teses levantadas em torno da personalidade de Jesus.
1a) Essênios ou esseus – Na obra de Kardec O Evangelho segundo o Espiritismo(1), lançada em 1864, em sua parte introdutória há interessantes considerações sobre a comunidade dos essênios, as quais enumeramos:
- Seita judaica fundada cerca de 150 a.C.
- Habitando os essênios uma espécie de mosteiro, formavam entre si uma como associação moral e religiosa.
- Caracterizavam-se pelos costumes brandos e por austeras virtudes.
- Pregavam o amor a Deus e ao próximo, a imortalidade da alma e acreditavam na ressurreição.
- Aceitavam o celibato, condenavam a escravidão e a guerra, punham em comunhão os seus bens e se entregavam à agricultura.Em decorrência de semelhante estrutura de vida muitos autores são levados a acreditar na permanência de Jesus no meio desta comunidade, onde teria aprendido muitos ensinamentos no período de seus 12 aos 30 anos.
2a) Judas e Jesus – Em 1970 foi descoberto no deserto do Egito um manuscrito de 31 páginas em papiro, provavelmente escrito por volta de 300 d.C., em cóptico (antigo idioma egípcio), uma cópia de outromanuscrito grego anterior. Autenticado pelo exame de carbono, foi analisado e traduzido por alguns estudiosos da Bíblia.*
Ao contrário do que podemos ler nos Evangelhos, o documento – O Evangelho segundo Judas – insinua que este discípulo traiu Jesus a pedido do próprio Mestre, para que este pudesse cumprir sua missão de salvar a Humanidade.O texto começa com o relato secreto da revelação do que Jesus conversara com o discípulo: “Judas, você irá superar todos eles. Você irá sacrificar o homem que me cobre”.Observação: A mídia não informa objetivamente a que se refere o termo “eles”: aos demais discípulos de Jesus?; às autoridades constituídas na época? (Talvez na leitura completa do documento esteja a resposta.)
3a) O Código Da Vinci (2) – Tenho em mão a Edição Especial Ilustrada deste livro, do autor Dan Brown, o qual está movimentando o meio cultural de todo o mundo. Classificado embora como obra de ficção,vem despertando no leitor divagações, chegando mesmo a levantar teses que passam a ser defendidas com ardor.Para não nos alongarmos, restringiremos nossa atenção tão-somente ao capítulo 58, quando defrontamos com textos que afirmam ter Jesus desposado Maria Madalena. (Este capítulo contém ilustrações referentes à Última Ceia, de autoria de Jean Fouquet, Albrecht Düret e do próprio Leonardo da Vinci, onde aparece uma mulher ao lado de Jesus.)Estamos evitando, conforme terão percebido os leitores, comentar as três teses apresentadas, todavia, cabe-nos, a partir deste ponto, falar de forma clara e objetiva sobre o assunto, apoiados pela DoutrinaEspírita.
Inicialmente, podemos afirmar que nenhuma das teses tem consistência. Elas expressam o livre-arbítrio de seus defensores, mas esbarram na lógica e na sensatez de tudo quanto temos aprendido através de uma doutrina que afirma: “Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade”.
Enumeremos agora as três teses, apresentando as ponderações extraídas de respeitáveis obras da estante espírita.
Tese no 1 – Emmanuel, em A Caminho da Luz,(3) dissertando sobre a formação do planeta Terra, item “O Divino Escultor”, assevera:“Sim, Ele [Jesus] havia vencido todos os pavores das energias desencadeadas; com as suas legiões de trabalhadores divinos, lançou o escopro da sua misericórdia sobre o bloco de matéria informe [...]. Operou a escultura geológica do orbe terreno [...]. Com os seus exércitos de trabalhadores devotados, estatuiu os regulamentos dos fenômenos físicos da Terra [...]. Fez a pressão atmosférica adequada ao homem, antecipando-se ao seu nascimento no mundo, no curso dos milênios; estabeleceu os grandes centros de força da ionosfera e da estratosfera [...] edificou as usinas de ozone a 40 e 60 quilômetros de altitude, para que filtrassem convenientemente os raios solares [...]”. Após estas considerações questionamos: com o respeito que merecia a ordem dos essênios, teria Jesus necessidade de aprender algo mais naquela comunidade? Ele que é o Divino Escultor, o Grande Organizador do planeta Terra?!A propósito dessa hipótese, Emmanuel, na citada obra, afirma:(4) “O Mestre, porém, não obstante a elevada cultura das escolas essênias, não necessitou da sua contribuição. Desde os seus primeiros dias na Terra, mostrou-se tal qual era, com a superioridade que o planeta lhe conheceu desde os tempos longínquos do princípio”.
Tese no 2 – Humberto de Campos, em Crônicas de Além-Túmulo (5) no capítulo “Judas Iscariotes”, relata seu encontro com esse discípulo de Jesus nas cercanias de Jerusalém, às margens do Cedron. Após alguém lhe ter apresentado Judas e de haver perguntado a este se era “verdade tudo quanto reza o Novo Testamento a respeito de sua personalidade na tragédia da condenação de Jesus”, responde o antigo discípulo:“[...] Ora, eu era um dos apaixonados pelas idéias socialistas do Mestre; porém, o meu excessivo zelo pela doutrina me fez sacrificar o seu fundador. Acima dos corações, eu via a política, única arma com a qual poderia triunfar e Jesus não obteria nenhuma vitória com o desprendimento das riquezas. [...] Planejei, então, uma revolta surda, como se projeta hoje em dia na Terra a queda de um chefe de Estado. O Mestre passaria a um plano secundário e eu arranjaria colaboradores para uma obra vasta e enérgica [...]. Entregando, pois, o Mestre a Caifás, não julguei que as coisas atingissem um fim tão lamentável e, ralado de remorsos, presumi que o suicídio era a única maneira de me redimir aos seus olhos”.O diálogo continua emotivo e, em nenhuma parte, declara Judas ter sido procurado por Jesus para traí-lo a fim de que fossem cumpridas as Escrituras.Anotemos que estamos diante de respeitável obra; de respeitável médium; de respeitável autor e editora (Federação Espírita Brasileira).Como aceitar, desta forma, a tese exposta em O Evangelho segundo Judas?
Tese no 3 – Destaquemos da obra O Consolador,(6) de Emmanuel, a pergunta 327, formulada no Centro Espírita Luiz Gonzaga, de Pedro Leopoldo (MG):“Se todos os seres possuem a sua alma gêmea,** qual a alma gêmea de Jesus Cristo?”Eis, a seguir, a resposta dada por Emmanuel:“Não julgamos acertado trazer a figura do Cristo para condicioná-la aos meios humanos, num paralelismo injustificável, porquanto em Jesus temos de observar a finalidade sagrada dos gloriosos destinos do espírito. Nele cessaram os processos, sendo indispensável reconhecer na sua luz as realizações que nos compete atingir”.Cremos suficientes tais assertivas para dissuadir quantos possam ater-se aos textos da obra O Código Da Vinci, referência feita à personalidade de Jesus em relação a Maria Madalena.
Conclusão: Como podemos perceber, através dos anos muitas têm sido as teses levantadas em torno da figura angelical de Jesus, decorrentes estas do livre-arbítrio de cada um. Mas como afirma o Apóstolo dos Gentios, em sua Primeira Epístola aos Coríntios (6:12): “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma”. Podemos aduzir: até mesmo por inconsistentes teses!


*Segundo estudos da National Geographic Society trata-se de um documento autêntico.


**Sobre o assunto alma gêmea existe na mesma obra O consolador interessante “Nota” no final do livro, firmada por Emmanuel e pela Editora FEB.


Kleber Halfeld                         Referências:


1-KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo, 23. ed. de bolso. Rio de Janeiro: FEB, 2006. “Introdução”, item “III – Notícias Históricas”, p. 38.

2- BROWN, Dan. O Código Da Vinci. Tradução de Celina Cavalcante Falck-Cook. Rio de Janeiro: Ed. Sextante, 2005.

3-XAVIER, Francisco C. A caminho da luz. Pelo Espírito Emmanuel. 33. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. I, item “O divino escultor”, p. 21-22.

4- Idem, ibidem. Cap. XII, item “O Cristo e os essênios”, p. 106.

5-XAVIER, Francisco C. Crônicas de além--túmulo. Pelo Espírito Humberto de Campos, 14. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 5, p. 41-42.

6- O consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006.


Reformador-Novembro 2006

imagem: Internet

sábado, 16 de abril de 2011

Hino ao Espiritismo

Advento do Espírito de Verdade


Advento do Espírito de Verdade
Venho, como outrora, aos transviados filhos de Israel, trazer-vos a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me.
O Espiritismo, como o fez antigamente a minha palavra, tem de lembrar aos incrédulos que acima deles reina a imutável verdade: o Deus bom, o Deus grande, que faz com que germinem as plantas e se levantem as ondas. Revelei a doutrina divinal. Como um ceifeiro, reuni em feixes o bem esparso no seio da Humanidade e disse “Vinde a mim, todos vós que sofreis.”
Mas, ingratos, os homens afastaram-se do caminho reto e largo que conduz ao reino de meu Pai e enveredaram pelas ásperas sendas da impiedade. Meu Pai não quer aniquilar a raça humana; quer que, ajudando-vos uns aos outros, mortos e vivos, isto é, mortos segundo a carne, porquanto não existe a morte, vos socorrais mutuamente, e que se faça ouvir não mais a voz dos profetas e dos apóstolos, mas a dos que já não vivem
na Terra, a clamar: Orai e crede! pois que a morte é a ressurreição, sendo a vida a prova buscada e durante
a qual as virtudes que houverdes cultivado crescerão
e se desenvolverão como o cedro.
Homens fracos, que compreendeis as trevas das vossas inteligências, não afasteis o facho que a clemência divina vos coloca nas mãos para vos clarear o caminho e reconduzir-vos, filhos perdidos, ao regaço de vosso Pai.
Sinto-me por demais tomado de compaixão pelas vossas misérias, pela vossa fraqueza imensa, para deixar de estender mão socorredora aos infelizes transviados que, vendo o céu, caem nos abismos do erro. Crede, amai, meditai sobre as coisas que vos são reveladas; não mistureis, o joio com a boa semente,
as utopias com as verdades.
Espíritas! Amai-vos, este é o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem
humana os erros que nele se enraizaram.
Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: “irmãos! Nada perece: Jesus Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade.”
O Espírito da Verdade (1860)
_Allan Kardec_

Justiça da Reencarnação



Justiça da Reencarnação
Em que se funda o dogma da reencarnação ?
“Na justiça de Deus e na revelação, pois
incessantemente repetimos: o bom pai deixa
sempre aberta a seus filhos uma
porta para o arrependimento.
Não te diz a razão que seria injusto privar para
sempre da felicidade eterna todos aqueles de quem
não dependeu o melhorarem-se? Não são filhos de
Deus todos os homens? Só entre os egoístas se
encontram a iniqüidade, o ódio
implacável e os castigos sem remissão”.
Todos os espíritos tendem para a perfeição e
Deus lhes faculta os meios de alcançá-la,
proporcionando-lhes as provações da vida corporal.
Sua justiça, porém, lhes concede realizar,
em novas existências, o que não puderam
fazer ou concluir numa primeira prova.
Não obraria Deus com equidade, nem de acordo
com a sua bondade, se condenasse para sempre
os que talvez hajam encontrado, oriundos do
próprio meio onde foram colocados e alheios à
vontade que os animava, obstáculos ao seu
melhoramento. Se a sorte do homem se fixasse
irrevogavelmente depois da morte, não seria uma
única a balança em que Deus pesa as ações de
todas as criaturas e não haveria imparcialidade
no tratamento que a todas dispensa.
A doutrina da reencarnação, isto é, a que consiste
em admitir para o Espírito muitas existências sucessivas, é a única que corresponde à idéia que formamos da justiça de Deus para com os homens que se acham em condição moral inferior; a única que pode explicar o futuro e afirmar as nossas esperanças,
pois que nos oferece os meios de resgatarmos
os nossos erros por novas provações. A razão no-la
indica e os Espíritos a ensinam.
O homem, q
ue tem consciência da sua inferioridade,
haure consoladora esperança na doutrina da
reencarnação. Se crê na justiça de Deus, não pode
contar que venha a achar-se, para sempre, em pé de
igualdade com os que mais fizeram do que ele.
Sustém-no, porém, e lhe reanima a coragem a idéia
de que aquela inferioridade não o deserda eternamente do supremo bem e que, mediante novos esforços, dado lhe será conquistá-lo. Quem é que, ao cabo da sua carreira, não deplora haver tão tarde ganho uma experiência de que já não mais pode tirar proveito? Entretanto, essa experiência tardia não fica perdida; o Espírito a utilizará em nova existência.


Allan Kardec

viernes, 15 de abril de 2011

A Benção do Trabalho

A Benção do Trabalho
É pela benção do trabalho que podemos esquecer os pensamentos que nos perturbam, olvidar os assuntos amargos, servindo ao próximo, no enriquecimento de nós mesmos.
Com o trabalho, melhoramos nossa casa e engrandecemos o trecho de terra onde a providência Divina nos situou.
Ocupando a mente, o coração e os braços nas tarefas do bem, exemplificamos a verdadeira fraternidade e adquirimos o tesouro da simpatia, com o qual angariamos o respeito
e a cooperação dos outros.
Quem não sabe ser útil não corresponde à Bondade do Céu, não atende aos seus justos deveres para com a Humanidade
e nem retribui a dignidade da pátria amorosa
que lhe serve de Mãe.
"Senda de perfeição"Quem move as mãos no serviço,
Foge à treva e à tentação.
Trabalho de cada dia
É senda de perfeição.

_Meimei _