viernes, 22 de julio de 2011


Educação à Luz do Espiritismo

Livro: A Educação à Luz do Espiritismo
Lydienio Barreto Menezes
    "Há um elemento, que se não costuma fazer pesar na balança e sem o qual a ciência econômica não passa de simples teoria. Esse elemento é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto de hábitos adquiridos.
    Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Esse o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, o penhor da segurança de todos" (O Livro dos Espíritos - Questão 685 - Nota de Kardec)
    "... é rebuscando a causa primeira dos instintos e das inclinações inatas que se descobrirão os meios mais eficazes de combater os maus e desenvolver os bons. Quando esta causa for conhecida, a educação possuirá a mais poderosa alavanca moralizadora que jamais teve." (Revista Espírita - Junho de 1866 - Comentário de Kardec)
    Ao final da Idade Média, período de obscurantismo em que o pensamento humano foi refreado, a humanidade entrou na Renascença, na qual as artes e a ciência tomaram grande impulso, levando o homem a vislumbrar horizontes novos. Para acompanhar essa eclosão do intelectualismo, surgiu a necessidade de novas escolas e universidades. A partir daí, apareceram as primeiras escolas pedagógicas, tendo como precursores Jean Jacques Rousseau, Pestalozzi e outros. A Educação tornou-se uma ciência cada vez mais progressista, surgindo novos métodos e novas escolas pedagógicas, contando com o contributo de eminentes pedagogos, tais como Piaget, Rogers e Maria Montessori.
    Se por um lado, esses trabalhos e a introdução de novas técnicas didático-pedagógicas auxiliaram o desenvolvimento intelectual do homem, atingindo graus nunca imaginados, principalmente nas áreas da ciência e da tecnologia, não conseguiram resolver os problemas sociais que envolvem o homem e seu semelhante, ocasionando um sério desnível entre o intelectualismo e a moral..
    Por isso, Allan Kardec, já no século passado, conceitua a educação, não como uma ciência e sim como uma arte, único elemento capaz de inverter esse desequilíbrio. "Não a educação intelectual, mas a educação moral", diz ele, complementando: "Não a educação moral pelos livros e sim aquela capaz de formar os caracteres", isto é, os hábitos de ordem e de previdência.
    Para tanto, vem o Espiritismo, a partir dos livros da Codificação, fornecendo vasto material neste campo, quer escritos por autores encarnados, tais como J. Herculano Pires, Rubens Romanelli e Pedro de Camargo (Vinícius), ou através de autores desencarnados, Emmanuel, André Luiz, Joanna de Ângelis, Vianna de Carvalho e tantos outros, como subsídios para que o homem, como ser imortal, retome o equilíbrio intelecto-moral, tão importante para o seu progresso e conseqüentemente para o crescimento espiritual da Humanidade.
    Joanna de Ângelis, no livro Estudos Espíritas (Psicografia de Divaldo Pereira Franco - Edição FEB) afirma: "A educação encontra no Espiritismo respostas precisas para melhor compreensão do educando e maior eficiência do educador no labor produtivo de ensinar a viver, oferecendo os instrumentos do conhecimento e da serenidade, da cultura e da experiência aos reiniciantes do sublime caminho redentor, através dos quais os tornam homens voltados para Deus, o bem e o próximo."
    Vinícius na lição "As gerações futuras", de seu livro O Mestre na Educação - Edição FEB, conta-nos o seguinte fato sobre a educação:
    Licurgo, célebre orador ateniense, fora, certa ocasião, convidado a falar sobre a Educação. Aceitou o convite, sob a condição de lhe concederem três meses de prazo. Findo esse tempo, apresentou-se perante numerosa e seleta assembléia, que aguardava, ávida de curiosidade, a palavra do consagrado tribuno.
    Licurgo apareceu, então, trazendo consigo dois cães e duas lebres. Soltou o primeiro mastim e uma das lebres. A cena foi chocante e bárbara. O cão avança furioso sobre a lebre e a despedaça. Soltou, em seguida, o segundo cachorro e a outra lebre. Aquele pôs-se a brincar com esta amistosamente. Ambos os animais corriam de um lado para o outro, encontrando-se aqui e acolá para se afagarem mutuamente.
    Ergue-se, então, Licurgo na tribuna e conclui, dirigindo-se ao seleto auditório:
    "Eis aí o que é a educação. O primeiro cão é da mesma raça e idade que o segundo. Foi tratado e alimentado em idênticas condições. A diferença entre eles é que um foi educado e o outro não."
    Eis porque, o grande educador e escritor espírita, no livro acima mencionado afirma:
    EDUCAR: EIS O RUMO A SEGUIR, O PROGRAMA DO MOMENTO."
        Entre saber e brilhar A diferença é sabida: Cultura faz-se num mês, Educação pede a vida.
        Múcio Teixeira & Francisco Cândido Xavier


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